Estudantes do primeiro ao quarto anos de medicina da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) entraram em greve na última sexta-feira pedindo mais professores para monitorá-los durante as aulas práticas. Eles também querem internatos locais.
De acordo com o Centro Acadêmico Sérgio Arouca, a greve teve início após a universidade interromper a parceria com a prefeitura e eliminar as atividades práticas do cronograma dos estudantes que atendiam nos postos de saúde sob a coordenação de médicos preceptores -que auxiliam na formação de residentes- há duas semanas.
Os alunos questionaram a instituição mas, sem resposta, decidiram pela paralisação.
O porta-voz do centro acadêmico, Lucas Rocha Silva Barbosa, 21, que está no segundo ano do curso, disse que a falta de condições de aperfeiçoamento é tão grande que dez estudantes já chegaram a ocupar a mesma sala durante a realização de um exame ginecológico. “Isso é constrangedor à paciente que, em muitos casos, não se sente à vontade”, disse o universitário.
Segundo Barbosa, o centro calcula a falta de 30 a 40 professores para monitorar os estudantes nos atendimentos práticos. “A situação está ruim há mais de dois anos.”
Outra reclamação dos estudantes tem ligação com os internatos fora de São Carlos, onde eles também realizam atividades práticas.
Hoje, os estudantes saem de São Carlos para atendimentos em Piracicaba e Rio Claro. “Não temos internatos somente em São Carlos e, quando me inscrevi no vestibular, era para estudar em um só lugar”, disse o estudante.
A UFSCar informou que está negociando com a prefeitura melhores condições de trabalho para que os estudantes possam voltar a atender nos postos de saúde sendo orientados pelos médicos preceptores. “O equacionamento desse problema depende do sucesso das negociações com o governo municipal.”
Em resposta, a Secretaria da Saúde de São Carlos informou, por meio de sua assessoria, que o novo contrato com a universidade já foi elaborado e depende apenas de algumas assinaturas.
Fonte: D.G