A Secretaria de Saúde de Santa Bárbara d’Oeste, por meio do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), promove desde a semana passada uma série de ações de orientação sobre esporotricose felina. A iniciativa já foi realizada nos bairros Linópolis, Vila Aparecida e Vila Bética e segue em outras regiões da cidade ao longo das próximas semanas, de acordo com cronograma do setor.
Durante a atividade os agentes de controle de endemias realizam visitas casa a casa, com identificação de possíveis residências com acúmulo de animais, além de entrega de material informativo.
Dentre os objetivos das ações pelo CCZ está conscientizar a população sobre a esporotricose e incentivar o tratamento precoce dos animais doentes, além de auxiliar na identificação de acumuladores de cães e gatos e no recolhimento de animais não domiciliados acometidos pela doença.
A doença
A esporotricose é uma zoonose causada por um fungo chamado Sporothrix schenckii, encontrado no solo associado a restos vegetais. Ele causa uma micose subcutânea, podendo acometer o homem e os animais, principalmente gatos. Popularmente é conhecida como “doença do jardineiro”, estando inicialmente nos seres humanos relacionada a atividades ocupacionais como jardinagem, floricultura e horticultura.
Transmissão
Os felinos adquirem a micose ao enterrar as fezes em ambiente contaminado e ao afiar as unhas em madeiras com o fungo. A transmissão também pode ocorrer por mordeduras e arranhaduras de outros animais doentes. Os seres humanos podem se infectar ao manusear felinos doentes e na lida com a terra, palhas, madeiras e espinhos contaminados com o fungo.
Sintomas
Nos felinos há o aparecimento de feridas cutâneas principalmente em focinho, cabeça e membros. As lesões, inicialmente pequenos nódulos indolores, evoluem rapidamente para feridas ulceradas, se tornando dolorosas e com presença de secreções.
Nos seres humanos, as lesões também tem início com um pequeno nódulo vermelho, podendo evoluir para uma ferida. Há diferentes formas clínicas:
– Esporotricose cutânea: Pequena lesão vermelha, semelhante a uma picada, podendo evoluir para uma ferida ulcerada.
– Esporotricose linfocutânea: É a forma mais comum da doença. São formados pequenos nódulos, seguindo o trajeto do sistema linfático da região corporal afetada.
– Esporotricose extracutânea: A doença pode acometer outras regiões do corpo, como ossos e mucosas.
– Esporotricose disseminada: Há o acometimento de outros órgãos e sistemas, como pulmões e fígado.
Tratamento
A terapia consiste no uso de antifúngicos à base de itraconazol. Geralmente o tratamento é prolongado e apresenta maior eficácia quando realizado precocemente, principalmente em animais.
Prevenção
– Usar luvas no manejo de animais doentes e na lida com a terra.
– Higienizar com água sanitária o ambiente e objetos possivelmente contaminados.
– Os animais domésticos não devem ter acesso à rua. Mantenha-os sempre em ambientes controlados.
– O animal doente não deve ser abandonado. Existe tratamento curativo para o felino e o abandono de animais é crime.
– Em caso de óbito, o animal não deve ser enterrado e sim incinerado.
– Em caso de suspeita da doença, procure atendimento médico ou médico veterinário.