26 de abril de 2024

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Saúde mental e pandemia: veja o que mudou

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Se a depressão e os transtornos de ansiedade já eram vistos de modo alarmante em diferentes regiões do mundo, agora, a COVID-19 tem piorado a saúde mental das pessoas em escala global.

 

Além de ter provocado o óbito de mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, aumentado os índices de desemprego em diferentes países e causando uma crise econômica global em vários setores, a atual pandemia tem impactado negativamente a saúde mental das pessoas de culturas distintas.

 

Segundo um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), os sintomas de depressão mais que triplicaram nos Estados Unidos desde o início do surgimento da COVID-19, em comparação aos dados levantados no país em 2017 e 2018. Os pesquisadores ressaltam que a distribuição de sintomas varia segundo a renda e o acesso aos serviços de saúde.

 

Nos últimos meses, medidas de proteção contra o vírus tornaram-se um hábito essencial para a preservação da saúde individual e coletiva. Contudo, a questão mental também é digna de atenção, já que os efeitos da pandemia sobre ela ainda são desconhecidos.

Motivos da piora

São inúmeros os fatores que ajudam a compreender uma piora da saúde mental das pessoas em função da pandemia. Além do medo da contaminação pelo novo coronavírus, destacam-se a instabilidade econômica, com a possível perda do emprego, o isolamento físico, o medo da superlotação de hospitais e a sobrecarga de trabalho, em função do esquema home office.

 

Essa piora da saúde mental pode ser vista, especialmente, entre pessoas mais pobres e aquelas pertencentes a grupos de risco, como idosos ou pacientes com comorbidades como diabete, hipertensão e tuberculose. A espera por uma vacina é outro fator que pode provocar o aumento de quadros de ansiedade.

Sintomas mais comuns

A saúde mental pode ser descrita como a habilidade de integrar emoções difíceis e dar significado a elas para viver de maneira mais plena e integrada. Paciência, resiliência, compaixão e flexibilidade são algumas características do bem-estar psicológico.

 

Desde o início da pandemia, diferentes autoridades e organizações médicas têm relatado o aumento de sintomas depressivos, transtornos de ansiedade, insônia, quadros de raiva e fobia. Esses sinais são vistos com maior intensidade em pacientes que foram contaminados pelo Sars-Cov 2, mas conseguiram se recuperar.

 

O fato de precisarem permanecer isolados de familiares e amigos, além dos impactos sobre a saúde, mesmo após a recuperação, são algumas razões para a fragilidade da mente entre esse grupo.

Álcool e outras substâncias

Outro sinal que pode indicar um enfraquecimento da saúde mental é um maior consumo de bebidas alcoólicas. Em meados de agosto, Carissa Etienne, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou que a crise causada pela COVID-19 tem aumentado o consumo de álcool nas Américas durante o confinamento social.

 

Até o mês de agosto, a região era responsável por cerca de 64% das mortes por COVID-19 no mundo, com destaque especial para os Estados Unidos e o Brasil. Um maior consumo de substâncias com efeito sedativo ou anestésico, como o álcool e a maconha, pode surgir como uma busca para reduzir emoções difíceis, como o estresse, o sofrimento e a ansiedade.

Ações a favor da saúde mental

Desde o início da pandemia, a OMS recomendou aos governos a ampliação dos serviços de saúde mental, incluindo atendimentos virtuais e por telefone, como parte das estratégias criadas para combater a COVID-19. Além disso, é importante realizar campanhas públicas sobre os riscos do consumo exagerado de álcool e outras drogas no atual contexto.

 

A OMS também enfatizou a importância de criar estratégias voltadas para as pessoas que foram contaminadas pelo novo coronavírus. Embora tenham se recuperado, esses pacientes precisam de um acompanhamento a longo prazo, já que podem desenvolver quadros depressivos ou ansiosos em função dos impactos deixados pela doença e a continuidade do confinamento social.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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