Mais do que um comportamento individual, ser responsável envolve o ato de se relacionar com o mundo. Então como explicar algo tão complexo para crianças?
A responsabilidade como valor social está interligada ao compromisso. É ela quem assegura a realização dos acordos e promove confiança entre as pessoas envolvidas. Vale dizer que toda responsabilidade está diretamente ligada à obrigação e dever.
Esses dois conceitos compõem a matéria-prima da responsabilidade. Mas para ser mais fácil o entendimento dos pequenos, a melhor tática é através de jogos ou atividades em grupo.
Assim, o ato de ensinar o sentido da responsabilidade às crianças se torna fácil e ajustável. Ao passo que elas estarão mais dispostas a entender seus deveres e obrigações.
EXISTEM TIPOS DE RESPONSABILIDADE?
Ser responsável, no sentido geral da palavra, engloba tanto a responsabilidade pessoal quanto perante à sociedade e adjacentes. Ou seja, o ser humano é responsável por si, mas também tem responsabilidade por sua conduta com o outro.
Dito isso, enumeramos dois tipos de responsabilidades:
- Responsabilidade pessoal: engloba os desejos pessoais, pela felicidade própria, e escolher os valores segundo os quais o indivíduo vive, visando elevar o grau de sua autoestima.
- Responsabilidade diante da sociedade: engloba a conduta do indivíduo com outras pessoas, companheiros de trabalho, família, amigos e de me comunicar corretamente com os demais.
DICAS PARA ENSINAR RESPONSABILIDADE PARA CRIANÇAS
A essência da responsabilidade é a palavra. Ou seja, cada vez que você der alguma tarefa para a criança e ela concordar, é preciso que haja o cumprimento de acordo com a palavra dada.
Se seu filho cometer algum engano, aceite os erros dele com a humildade que lhe cabe. Convide a criança a fazer o que é certo a partir dos próprios erros, sem necessidade de gritos ou brigas.
Vale, também, ensinar à criança sobre o valor do compromisso individual. Ela deve ter consciência para cumprir com suas responsabilidades com os outros, sem deixar de lado a primeira pessoa com quem ela deve ser responsável: consigo mesma.
Educar crianças responsáveis e empáticas é uma tarefa a longo prazo que exige dedicação e compromisso. Para começar a incitar o senso de responsabilidade nas crianças, o ideal é ir aos poucos.
Desde pequeno, as crianças podem se encarregar, dentro de suas possibilidades, arrumar o quarto, recolher os brinquedos, ajudar na mesa, organizar as roupas e a mochila, por exemplo.
O QUE DIZ O ECA
O ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, é uma das leis mais importantes em termos de proteção de crianças e adolescentes. Porém, ela não trata apenas dos direitos, também possui uma parte específica sobre os deveres da criança.
Afinal, como já foi dito neste artigo, é de extrema importância para o desenvolvimento infantil, que a criança aprenda limites. Até para saber como se comportar adequadamente em sociedade, se protegendo e ajudando os demais.
Para a lei, são consideradas crianças os indivíduos com até 12 anos incompletos. Os adolescentes têm entre 12 e 18 anos. Em alguns casos excepcionais, previstos na lei, essa faixa etária pode se estender até os 21 anos.
QUAIS OS DEVERES DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE ACORDO COM O ECA?
Como dissemos, além de garantir os direitos, o ECA também prevê os deveres da criança e do adolescente – que nada mais são do que modelos e regras de convivência, que favorecem o desenvolvimento infantil.
De acordo com essas legislações, são deveres da criança e do adolescente:
- respeitar pais e responsáveis;
- frequentar a escola e cumprir a carga horária estipulada para a sua série;
- respeitar os professores, educadores e demais funcionários da escola;
- respeitar o próximo e as suas diferenças – como religião, classe social ou cor da pele;
- participar das atividades em família e em comunidade;
- manter limpo e preservar os espaços e ambientes públicos;
- conhecer e cumprir as regras estabelecidas;
- respeitar a si mesmo;
- participar de atividades culturais, esportivas, educacionais e de lazer;
- sempre que tiver dúvidas sobre seus direitos e deveres procurar o responsável legal ou o conselho tutelar;
- proteger o meio ambiente.
Se você está achando os deveres citados acima familiares, é por que são! Todos eles estão englobados de acordo com a Constituição Brasileira, independentemente da idade, sexo, credo, cor da pele ou religião
Além dos deveres, o ECA também prevê deveres de cada indivíduo e do Estado como um todo, tendo em vista resguardar os direitos básicos das crianças e dos adolescentes.
QUAIS SÃO OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE ACORDO COM O ECA?
- não sofrer nenhum tipo de violência, seja ela física ou psicológica;
- poder expressar seus pensamentos, gostos e religião;
- ter acesso às condições dignas de saúde, com assistência médica e odontológica desde a fase de gestação até à adolescência;
- conviver em família e com a comunidade;
- ter acesso à educação de qualidade, cultura, lazer e esporte;
- ser protegido contra o trabalho infantil;
- ter a proteção de uma família, seja ela natural ou adotiva;
- desde o dia em que nascer, ter o direito ao nome e à nacionalidade, tornando-se, assim, um cidadão brasileiro.
A IMPORTÂNCIA DE SER CRIANÇA
A infância e a adolescência são fases muito importantes, quando falamos em desenvolvimento pessoal; é quando tem-se noção de vida em sociedade e de respeito a nós mesmos e aos próximos.
Sendo assim, passar o ensinamento de que todos têm direitos e deveres é algo fundamental, pois prepara o jovem para conviver adequadamente em sociedade, tornando-se um cidadão consciente.
Mas é de extrema importância que a criança não deixe de ser o que ela essencialmente é: criança. Por isso, ensine-os a ser responsável, mas não deixe de ensinar que ele deve brincar. O quanto puder. Desde os kits de maquiagens até bolas, carrinhos e tudo mais o que elas tiverem direito.
São brincadeiras que a criança vai explorar, criar vínculos; além de desenvolver senso crítico e aprender a lidar com sentimentos e frustrações. São brincadeiras que tornam a infância um aprendizado, afinal.
É essencial que a criança aprenda, tenha interesse, entusiasmo e empatia. Então além de responsável, a criança também precisa ser feliz. A ideia aqui é dar tempo e proporcionar momentos para que o pequeno possa ser e se sentir criança.