19 de abril de 2024

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Quando ser “mascarado” pode salvar vidas

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Oncologista aponta que a utilização de máscaras nas ruas pode ajudar a minimizar a dispersão do coronavirus, mas não previne o contágio se utilizada incorretamente

 

A medida que o coronavírus (causador da COVID-19) avança, novos conhecimentos sobre a pandemia e algumas estratégias de combate ao vírus vão ganhando força e sendo implementadas. A primeira delas foi o isolamento social que ficou bem claro que os países que conseguiram isolar as pessoas dentro de suas casas mais cedo, estão tendo resultados melhores, como uma velocidade de disseminação menor e menos colapso no sistema de saúde. Outra estratégia que vem ganhando força no mundo inteiro é o uso de máscaras por para quem sai de casa. Inicialmente a recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde era que apenas as pessoas sintomáticas e profissionais de saúde usassem a proteção, mas recentemente passou a indicar que todas as pessoas, mesmo sem sintomas, usem máscaras ao saírem às ruas, embora o ideal seja manter o isolamento e permanecer em casa. De acordo com o oncologista Vinícius Corrêa da Conceição, do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, ainda há muitas dúvidas sobre a eficácia dessa utilização disseminada e as respostas nem sempre são dotadas de certeza aritmética.

 

“As máscaras não protegem 100% contra a disseminação do vírus. Por isso, devemos continuar sempre com as demais medidas de proteção, como lavar as mãos com água e sabão e usar o álcool 70%, manter isolamento social e distância de dois metros de outras pessoas. De todo modo, as máscaras podem ajudar a minimizar a dispersão do vírus sim. Uma coisa é fato: se todas as pessoas usarem máscaras industrializadas (essas que são usadas em hospitais), faltarão equipamentos de proteção para médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, que estão mais expostos ao contágio e na linha de frente de combate ao vírus”, aponta.

 

Segundo o médico, um estudo recente chinês mostrou que muitas pessoas se infectaram a partir de outras que não tinham nenhum sintoma e saíam às ruas. Essas pessoas, ao falarem, dispersavam gotículas contaminadas pelo vírus e assim outros se infectavam. As máscaras funcionam como barreiras físicas para essas gotículas maiores. “Outros estudos no Japão mostraram que o uso de proteção por toda população foi decisivo para desacelerar o número de novos casos da doença. Mas o ideal é que as pessoas usem máscaras caseiras, feitas de algum tecido mais grosso, que sirva como barreira física. Essas máscaras devem ser usadas ao sair de casa para ir ao mercado ou à farmácia e devem sempre ser lavadas ao retornar para casa. Sempre que for sair, deve-se colocar uma máscara limpa e lavada”, explica Dr. Vinicius.

 

Muita gente tem confeccionado máscaras com outros materiais, como lenços de pano Perflex, que são usados para limpeza de cozinhas e eletrodomésticos. “Essas devem ser descartadas após cada saída de casa e nunca reutilizadas. Os tecidos usados em casa, não têm a trama tão fechada e, por isso, sua proteção não será de 100%, principalmente contra partículas pequenas, mas pode proteger contra as partículas maiores, mas podem ser importantes na diminuição da transmissão do vírus. Mais do que proteger aqueles que não têm a doença, talvez a maior função seja evitar que aqueles doentes que não sabem que estão doentes (são justamente os que saem de casa), possam espalhar o vírus pelo ar, próximos de outros”, aponta o médico.

 

E como as máscaras devem ser colocadas? O médico explica que se deve sempre lavar as mãos com água e sabão antes de colocá-las. “Ela deve cobrir a boca e o nariz e não se deve colocar a mão na parte da frente ou interna da máscara. Quando for retirar, a parte de traz, onde é amarrada, deve ser o único local tocado. Sempre que a máscara estiver úmida ou suja deve ser trocada ou a cada duas horas. Assim que chegar em casa, ela deve ser colocada para lavar se for de pano ou descartada se for de outro material, de preferência em um lixo separado dos demais. Deve-se evitar ao máximo colocar as mãos no rosto e ficar tentando ajustar a máscara toda hora e sempre deverá lavar as mãos após a retirada”, esclarece.

 

Segundo Dr. Vinicius, além das máscaras caseiras, existem as industrializadas que basicamente são de dois tipos: as máscaras cirúrgicas convencionais, feitas de material não tecido e são até encontradas em farmácias e a máscara N95 conhecida popularmente como bico de pato, pelo seu formato e é equivalente à máscara PFF2.  “Essa máscara protege contra partículas pequenas e aerossóis e é a mais indicada para profissionais de saúde que lidam diretamente com casos suspeitos ou confirmados da doença. São as que mais protegem porque têm capacidade de filtração de cerca de 95%, maior que a máscara cirúrgica convencional. Mas também precisam ser manipuladas de forma adequada porque a parte externa pode ficar contaminada pelo vírus e se for manuseada de forma errada pode não impedir a infecção. Ser ‘mascarado’, nesse momento, pode ajudar a salvar vidas, sim. Além disso, as outras medidas como isolamento social, lavar bem as mãos e manter a distância de dois metros de outras pessoas continuam sendo as mais importantes”, finaliza o médico.

           

*Vinícius Correa da Conceição é médico oncologista com residência médica em oncologia pela Unicamp, graduação e residência médica em clínica médica também pela Unicamp. Tem título de especialista em cancerologia e oncologia clínica pela Sociedade Brasileira de Oncologia, foi visiting fellow no serviço de oncologia do Instituto Português de Oncologia (IPO), no Porto. Membro titular da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) ,da Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO), da International Association for the Study of Lung Cancer (IASLC), do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM), e da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas(SMCC), Vinícius é sócio do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, e atua na oncologia do Instituto do Radium, do Hospital Madre Theodora, do Hospital Santa Tereza e da Santa Casa de Valinhos.

 

Sobre o Grupo SOnHe

O Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia, é formado por oncologistas e hematologista que fazem o atendimento oncológico humanizado e multidisciplinar no Hospital Santa Tereza, Instituto do Radium, Madre Theodora, três importantes centros de tratamento de câncer em Campinas. E no Hospital Santa Casa, em  Valinhos.  A equipe oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado pelos oncologistas: André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinicius Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos, Rafael Luís, Susana Ramalho,  Leonardo Roberto da Silva e Higor Montovani. Saiba mais: no portal www.sonhe.med.br  e nas Redes Sociais @gruposonhe

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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