O cenário político brasileiro ganhou um novo capítulo nesta semana com a aprovação, pela 17ª Convenção Nacional do PSDB, da incorporação do partido Podemos. A decisão, que obteve o apoio de 98% dos convencionais tucanos, marca o início do processo de fusão entre as duas legendas, que dará origem a um novo partido voltado à defesa do centro democrático no país.
A medida ainda depende de homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que deve acontecer nos próximos meses, mas já simboliza uma reestruturação estratégica diante da atual polarização política. A fusão tem como objetivo fortalecer uma alternativa ao que os líderes tucanos chamam de “radicalismos ideológicos” da esquerda lulista e da extrema direita bolsonarista.
Durante o evento, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, foi enfático ao defender uma postura firme contra o que considera os erros do atual governo federal. “O PSDB vai radicalizar no que importa. Contra a irresponsabilidade social, a volta da inflação, a insegurança, a desigualdade, a falta de planejamento e a ausência de uma política industrial e internacional clara”, declarou.
O evento contou com a participação, ainda que virtual, do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que destacou a importância histórica do momento. “Mesmo em reunião com outros governadores, fiz questão de participar. É um passo importante para o futuro do nosso partido”, afirmou.
Outras lideranças tucanas também celebraram o início da fusão:
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Paulo Abi-Ackel, secretário-geral do PSDB, classificou o momento como um “renascimento” para o partido, reforçando sua trajetória independente em relação aos polos ideológicos dominantes: “Nunca fomos bolsonaristas, nunca fomos petistas. Nós temos a nossa própria ordem”.
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Aécio Neves, presidente do ITV e deputado federal, disse acreditar que o Brasil não pode continuar refém da polarização. “O PSDB sempre teve coragem de fazer sua travessia, mesmo nos momentos mais difíceis, fiel ao legado de Mario Covas”.
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Adolfo Viana, líder do PSDB na Câmara, destacou que o movimento já atrai interesse de deputados de outras legendas: “Há um entusiasmo generalizado com o que está nascendo. A fusão tem o potencial de devolver ao PSDB o posto de maior partido do país”.
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Cinthia Ribeiro, presidente nacional do PSDB-Mulher, reforçou que o novo partido nasce com foco nas pessoas e fora dos extremos: “É o início de um centro democrático inteligente, com o cidadão no centro das decisões”.
Com a fusão, PSDB e Podemos miram uma posição de protagonismo nas eleições municipais de 2026 e nas articulações nacionais para o próximo ciclo presidencial. A nova legenda ainda não tem nome definido, mas a expectativa é de que a união traga musculatura política e viabilidade eleitoral a uma terceira via cada vez mais cobiçada diante do desgaste das forças políticas dominantes.
A política brasileira, marcada pela tensão entre extremos, pode estar assistindo ao nascimento de uma alternativa mais equilibrada — resta saber se o eleitorado brasileiro está pronto para abraçar esse novo centro.
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