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Prefeito Rafael Piovezan minimiza paralisação de professoras e insinua viés ideológico: “Sindicato de esquerda fazendo o papel deles”

Foto: Jairo Guilherme Silva

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Declarações foram dadas em entrevista ao comunicador Jairo Guilherme Silva, da Zé FM; educadoras alegam corte indevido em folha de pagamento

 

Em entrevista ao comunicador Jairo Guilherme Silva, da rádio Zé FM, o prefeito de Santa Bárbara d’Oeste, Rafael Piovezan (PL), comentou publicamente pela primeira vez sobre a paralisação das professoras da rede municipal de ensino, motivada por cortes salariais apontados como indevidos pela categoria. Ao invés de propor diálogo ou reconhecer a gravidade do movimento, o prefeito preferiu politizar a situação, insinuando que a greve teria motivações ideológicas.

Reprodução autorizada pelo comunicador Jairo Guilherme Silva, da rádio Zé FM

“O estado de greve, eles estão… pra mim faz parte, né? Acho que a categoria é o sindicato de esquerda que está fazendo o papel deles”, disse Piovezan, em tom de desprezo, ao ser questionado se havia se surpreendido com o anúncio do estado de greve por parte das educadoras.

A fala gerou reações imediatas entre servidores públicos, lideranças sindicais e até mesmo membros da própria base governista. A avaliação predominante é de que o prefeito tenta deslegitimar o movimento com rótulos políticos, desviando o foco da reivindicação legítima: a reposição salarial e a correção dos descontos aplicados na folha de pagamento de centenas de profissionais da educação.

Na entrevista, Rafael Piovezan tentou transferir a responsabilidade, classificando os cortes como resultado de uma decisão técnica. “Acho que é uma questão estritamente técnica, contábil e jurídica. Se tiver algum ponto que haja divergência, podem recorrer à Justiça. Nós temos muita segurança do que fizemos”, declarou.

Contudo, educadoras ouvidas pela reportagem do Portal SB24Horas afirmam que os descontos ocorreram sem aviso prévio, sem transparência e sem a possibilidade de diálogo prévio com a Secretaria de Educação ou com o próprio gabinete do prefeito. “Foi um golpe no nosso salário. Não houve negociação, apenas desconto. E agora, ele ainda tenta jogar a população contra nós, falando de esquerda?”, desabafou uma professora da rede municipal, sob condição de anonimato.

A estratégia de colocar o sindicato sob suspeita ideológica chamou atenção também de observadores políticos locais. “Quem conhece Rafael Piovezan sabe que ele nunca teve postura ou histórico de direita. Essa narrativa de ‘contra a esquerda’ soa forçada e incoerente”, comentou um ex-aliado do atual prefeito.

A greve das professoras ocorre em meio ao segundo semestre letivo e já afeta o funcionamento de diversas escolas e creches municipais. O sindicato que representa a categoria reafirmou que o movimento é legítimo, pacífico e amparado pela Constituição Federal. Em nota oficial, a entidade repudiou a fala do prefeito e cobrou respeito à categoria e abertura de diálogo imediato.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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