Por Cássio Faeddo
Apesar de todas as perdas humanas e desatinos de Bolsonaro na pandemia da Covid 19, sua popularidade está cristalizada em cerca de 30% do eleitorado. Este dado está estampado nos resultados do Paraná Pesquisas divulgados nesta semana.
Esse resultado pode ser explicado, em parte, pelo acerto no auxílio social distribuído pela Caixa Econômica Federal. Parece que para o eleitor beneficiado a leitura é que o auxílio foi ato exclusivo do governo Bolsonaro. Neste aspecto não importa o que é, mas o que parece ser.
As mortes na pandemia também parecem não estarem relacionadas ao governo federal por parte destes 30% de eleitores. Isso pode decorrer do tsunami de informações e contrainformações que os eleitores vêm recebendo das diversas esferas de governo, sem deixar de mencionar a OMS, médicos e outras fontes.
A concorrência também não se mostra muito forte.
Sérgio Moro não assume ser um postulante à presidência e mantém um discurso monocórdico. Não deixa de ser importante o combate à corrupção, mas quais seriam as ideias de Sérgio Moro nos demais tópicos de gestão para o Executivo Federal? Outro aspecto relevante é o fato de Sérgio Moro ser muito ameno nas críticas ao governo federal.
Pode sumir como Joaquim Barbosa. O cavalo parece passar selado bem rapidamente neste caso.
Lula e o PT farão o impossível para chegar a um segundo turno e eleger bancada expressiva. Não importa que polarizem novamente com Bolsonaro sabendo que vão perder.
Ciro “discute o país “ com um livro debaixo do braço, mas não será suficiente se ficar só nisso. E ainda, gasta energia e imagem defendendo-se do jogo baixo petista.
Doria está queimado com parte dos eleitores que o elegeram em virtude dos negócios fechados pela quarentena. Quem apoia Dória hoje não é eleitor de Dória, apenas concordam com as práticas do governo estadual na pandemia.
Os demais candidatos são figurantes esforçados.
Resta aguardar quais serão os ventos da cada vez mais possível vitória de Joe Biden nos EUA. Uma vitória do Partido Democrata poderá amenizar um pouco as cores do populismo nacionalista de Trump e sua influência aqui nos trópicos.
Será importante verificar quem sairá na frente na entrega da vacina contra a Covid 19, aqui e nos EUA. Sem dúvida, fixar a imagem na entrega da vacina será um grandíssimo capital político.
Aguardemos atentamente quais serão os próximos acontecimentos.
Cássio Faeddo
Advogado. Mestre em Direitos Fundamentais. MBA em Relações Internacionais – FGV/SP