Políticos que não toleram a verdade: Um obstáculo para a democracia

Por Dennis Moraes

Numa sociedade democrática como a nossa, é inegável que a transparência e a honestidade são pilares indispensáveis para o bom funcionamento do governo. Entretanto, estamos testemunhando uma tendência alarmante que cresce a cada dia: políticos que demonstram uma aversão à verdade, optando por ignorar ou distorcer os fatos ao invés de confrontá-los de frente.

Esse comportamento mina profundamente a integridade do processo democrático e mina a confiança do público em nossas instituições políticas. Um líder político responsável deve ter a capacidade de ouvir e aceitar a verdade, mesmo que ela seja desconfortável ou desafiadora. Contudo, muitos políticos parecem mais interessados em proteger seus próprios interesses e manter o poder do que em servir verdadeiramente ao público.

Essa postura se manifesta de diversas maneiras, desde a negação de evidências científicas sólidas até a adoção de uma retórica enganosa e manipuladora. Um exemplo claro desse fenômeno é a recusa em reconhecer problemas urgentes, como as mudanças climáticas. Apesar do consenso científico esmagador sobre a realidade e a gravidade desse fenômeno, muitos políticos continuam a minimizá-lo ou negá-lo completamente, muitas vezes em favor de interesses econômicos de curto prazo.

Essa atitude compromete não apenas os esforços para lidar com essa crise global, mas também mina a confiança do público na capacidade dos líderes políticos de enfrentarem questões importantes. Além disso, a relutância em aceitar a verdade frequentemente alimenta a propagação de desinformação e teorias da conspiração, aumentando as divisões e polarizações na sociedade.

Quando os líderes políticos são vistos como desonestos ou manipuladores, torna-se mais difícil para o público distinguir entre fatos e ficção, minando assim a própria essência da democracia. Para combater esse problema, é essencial que os cidadãos exijam transparência e responsabilidade de seus representantes eleitos.

Isso inclui responsabilizá-los por suas ações e declarações, e votar com base em valores como honestidade e integridade. Além disso, os próprios políticos devem se comprometer a agir com sinceridade e respeitar a verdade, mesmo quando isso pode ser difícil ou impopular.

Além disso, é importante destacar que alguns políticos não apenas demonstram aversão à verdade, mas também resistem à crítica legítima da imprensa local. Eles muitas vezes buscam minar a liberdade de imprensa e desacreditar jornalistas que os questionam, em um esforço para proteger sua imagem e evitar a responsabilização por suas ações.

Essa postura antidemocrática não apenas prejudica o papel crucial da imprensa como guardiã da verdade e da responsabilidade, mas também mina os princípios fundamentais da democracia. A liberdade de imprensa é um dos pilares essenciais de uma sociedade democrática, permitindo que os cidadãos estejam bem informados e responsabilizem seus líderes por suas ações.

Portanto, é fundamental que a imprensa local continue a desempenhar seu papel vital na divulgação de informações precisas e na fiscalização do poder político, mesmo diante de tentativas de intimidação ou desacreditamento por parte de alguns políticos.

Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do Portal SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br