O sentimento e as emoções de mães de bebês prematuros foram os temas centrais da palestra “Desafios das Mães na Prematuridade”, apresentada pela psicóloga Ana Cláudia Vieira Bessa, nesta quinta-feira (10), no Hospital Municipal “Dr. Waldemar Tebaldi’.
O encontro faz parte da programação do “Agosto Dourado no HM”, série de atividades ao longo do mês voltadas à promoção da saúde de gestantes e lactantes.
“No período gestacional as mães vivenciam, diariamente, a oscilação das sete emoções primárias: alegria, tristeza, medo, nojo, surpresa, raiva e desprezo. E isso vai até os seis meses pós-parto. Por isso, muitas mães entram em depressão mas não sabem disso, porque simplesmente não conseguem descrever suas emoções”, contou a psicóloga.
As mães de bebês prematuros vivenciam dois momentos ainda mais marcantes, salientou a palestrante. “O primeiro impacto é não poder pegar o neném no colo, já que o primeiro vínculo e o contato com a pele são perdidos porque o recém-nascido vai direto para a UTI. Isso gera muito sofrimento na mãe”, disse.
“E o segundo é quando a mãe entra na UTI e olha para o filho através da incubadora, sem poder tocá-lo”, acrescentou a psicóloga.
“Eu lembro desde que ele foi para a UTI até o momento em que ele saiu. É muito difícil, mas é uma vitória muito grande”, relatou a americanense Iara Aparecida Dias, mãe de Lucas Gabriel, que acompanhou a palestra ao lado do recém-nascido.
A psicóloga contou que uma de suas atribuições no dia a dia é visitar pacientes no leito hospitalar, inclusive oferecendo apoio psicológico profissional às mães que têm dificuldades e dúvidas no início da maternidade. “Mas vocês têm que ter ciência que, após a saída do hospital, existe apoio da rede pública de saúde para não deixá-las desamparadas”, observa.
“Toda mãe é um ser guerreiro por natureza, mas a mãe de um prematuro precisa ser guerreira em dobro. E isso nos difere e ao mesmo tempo nos iguala”, disse a psicóloga, reproduzindo o trecho de uma famosa carta escrita pela mãe de um prematuro, conteúdo este viralizado na internet.
O secretário de Saúde da Prefeitura de Americana, Danilo Carvalho Oliveira, ressaltou a importância do apoio psicológico às mães. “Toda gestante tem a expectativa de poder pegar o bebê no colo e acariciá-lo, assim que nasce. Mas na condição prematura, esse contato fica protelado, causando emoções negativas. Então, o apoio psicológico é fundamental para que as mães possam acompanhar a evolução clínica dos seus bebês e serem orientadas e amparadas adequadamente”, destacou.
Agosto, mês do aleitamento
No Brasil, agosto é o mês de incentivo ao aleitamento materno ( Lei nº 13.435/2.017). E no mundo também são realizadas inúmeras ações de conscientização sobre a importância do leite materno, vinculadas ao Dia Mundial da Amamentação (1º de agosto) e à Semana Mundial do Aleitamento (1º a 7 de agosto).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de seis milhões de vidas são salvas anualmente por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade.
Santa Casa de Chavantes
Desde fevereiro, a organização social (OS) Santa Casa de Misericórdia de Chavantes é a instituição responsável pela administração do Hospital Municipal “Dr. Waldemar Tebaldi”, da Unacon (Centro de Oncologia de Americana) e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) São José, por meio de gestão compartilhada com a Prefeitura de Americana.
Texto e fotos por Marcelo Rocha / Assessoria de Imprensa da Santa Casa de Chavantes (MTB 29.754)
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