29 de março de 2024

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O uso de Viagra pode provocar um ataque cardíaco?

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O cardiologista Dr. Roberto Yano explica em quais casos o medicamento é contraindicado

 

O homem usa artifícios para aumentar a potência sexual desde a antiguidade. Historiadores apontam que os primeiros afrodisíacos utilizados eram extraídos de plantas e alimentos. A criação de um remédio com essa finalidade só ocorreu no século XX, e por acaso.

 

O Viagra, ou Citrato De Sildenafila, originalmente foi testado para controlar a hipertensão arterial. Apesar de não ter demonstrado grandes efeitos nesses casos, o fármaco se mostrou eficiente na melhora da ereção e, em alguns casos, indução ao priapismo, uma ereção prolongada e dolorosa. O efeito colateral não era esperado pelos cientistas, mas acabou se tornando um grande aliado dos homens.

 

Recomendado para casos de impotência sexual, o Viagra ainda causa muitas dúvidas, sendo a principal delas com relação à saúde do coração. O cardiologista Dr. Roberto Yano aponta que apesar de existirem relatos de casos onde pacientes que fizeram o uso do sildenafil sofreram infarto durante o ato sexual, a medicação não pode causar infarto, mas outros fatores associados sim.

 

“Imagine um paciente que tem coronariopatia, ou seja, entupimento de suas artérias do coração, e está prestes a infartar. Sabemos que a relação sexual exige esforço físico moderado. Sendo assim, o paciente que tomou o sildenafil e infartou teve o evento devido ao esforço físico com a artéria do coração entupida. Ele deveria ter tratado primeiro a sua coronária antes de ter relação sexual. Portanto, não foi o remédio que causou o infarto e sim o fato de se esforçar durante o ato, sem antes cuidar do seu coração”, analisa Dr. Roberto Yano.

 

Isso não significa que pessoas com histórico de doenças cardiovasculares ou até mesmo ataque cardíaco não possam utilizar o medicamento. O recomendado segundo o cardiologista é que esse paciente procure um médico para uma avaliação clínica minuciosa antes de tomar o Viagra. Mesmo o paciente já infartado pode fazer o uso desse tipo de medicação desde que com supervisão.

 

“Um detalhe importante é para os pacientes que usam medicamentos chamados de nitratos, como é o exemplo do dinitrato de isossorbida. Nesse caso, o uso dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5, como são conhecidos esses medicamentos, são totalmente contraindicados devido ao grande risco de hipotensão. Temos também que ter um certo cuidado com o paciente infartado visto que, geralmente, ele toma 2 ou 3 medicamentos anti-hipertensivos, que quando associados ao sildenafil, podem causar potencialização do seu efeito hipotensor”, alerta Dr. Yano.

 

O médico aponta que até mesmo fazer um exercício físico mais acentuado, quando o coração está doente, pode levar a sua descompensação clínica, como é o caso de pacientes com insuficiência cardíaca. “Se esse paciente ainda não está bem medicado, ou seja, ainda não está compensado clinicamente, e resolve tomar o ‘remédio azul’ com o coração fraco, o que pode acontecer? Vai descompensar clinicamente, pode passar mal, ter dispneia e até uma arritmia cardíaca mais perigosa. Então é o que sempre digo: antes de iniciar o uso de qualquer medicação, procure sempre a avaliação e o aval de um especialista”, frisa o médico.

Dr. Roberto Yano

Divulgação / MF Press Global

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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