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O que esperar do legislativo barbarense no novo mandato?

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Por Dennis Moraes

 

No dia 21 de janeiro de 2025, às 14h, a 1ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste marcará o início de um novo mandato (2025-2028) para os vereadores barbarenses. O local, o emblemático Plenário Dr. Tancredo Neves, será palco de um cenário que, infelizmente, já se anuncia preocupante.

Com um presidente da Câmara super aliado ao prefeito Rafael Piovezan (PL), Vereador Júlio César Santos da Silva, o Kifú (PL), o Legislativo parece caminhar para mais quatro anos de subserviência. A história recente da cidade nos faz questionar: será que a Câmara será novamente apenas um “puxadinho” do Executivo?

Entre os 19 vereadores, apenas uma mulher foi eleita: Esther Moraes (PV). Solitária na vereança feminina, ela deve enfrentar ainda mais dificuldades do que no mandato anterior. A ausência de apoio e a prevalência de aliados do prefeito tornam sua luta por um Legislativo independente ainda mais árdua.

A nova formação do Legislativo é desanimadora. Os poucos novatos são uma incógnita, enquanto muitos reeleitos já demonstraram, no passado, pouco ou nenhum compromisso com a verdadeira função de um vereador: fiscalizar e legislar com seriedade. Retornos como os de Wilson da Engenharia e Gustavo Bagnoli apenas reforçam a percepção de que a Câmara continuará seguindo o mesmo roteiro dos mandatos anteriores? Teremos pizza?

Um dos maiores problemas no Legislativo barbarense é o descolamento da realidade de muitos vereadores. Recebendo altos salários, grande parte deles parece esquecer o compromisso com o povo. Muitos se tornam inacessíveis e arrogantes, principalmente com a imprensa que exerce seu papel crítico. Por outro lado, veículos que bajulam o Legislativo são tratados com deferência exagerada, como se fossem aliados indispensáveis para a manutenção de suas imagens.

Foto: Dennis Moraes

Os “Shows artísticos” no lugar de trabalho sériodevem continuar. As sessões da Câmara frequentemente se transformam em espetáculos que pouco contribuem para o desenvolvimento da cidade. Palavras livres recheadas de discursos vazios e a aprovação de projetos sem análise técnica minam a confiança da população. A complacência com o Executivo é clara, e as funções fiscalizadoras são frequentemente negligenciadas.

O cenário não é exclusivo de Santa Bárbara d’Oeste, mas reflete uma doença nacional: o “jeitinho brasileiro”. Pessoas despreparadas ocupam cargos decisivos, e o resultado é a perpetuação de um sistema falido. Quando contas rejeitadas podem ser aprovadas por vereadores, a credibilidade das instituições é abalada.

Precisamos de vereadores que tenham coragem de quebrar o ciclo de acomodação e subserviência, priorizando o interesse público acima de qualquer aliança política. Mas será que teremos essa sorte? Ou será preciso um milagre para que o Legislativo barbarense volte a cumprir sua verdadeira função?

O tempo dirá, afinal, vereadores foram eleitos para trabalhar pelo povo, não para dizer “amém” ao Executivo.

 

Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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