O problema é muito comum entre os cachorros, e diversos fatores podem influenciar para sua ocorrência
Você sabe o que são aquelas manchas escuras presentes na região dos olhos do seu cachorro? Elas são consequências das lágrimas ácidas, disfunção comum entre os cães, sobretudo naqueles que apresentam pelagem branca.
A Epífora, nome oficial do problema, é causadora de uma discussão que envolve dois lados: enquanto alguns tutores insistem em um tratamento oftalmológico, outros acreditam que se trata apenas de questões estéticas, não requerendo atenção.
Os dois extremos, porém, não possuem total razão. A explicação vai além da aparência, é claro, isso porque a lágrima ácida pode ser sintoma de alguma adversidade no organismo do pet.
Por essa razão, não podemos ignorar o problema e nem deixar de tratá-lo. Quer compreender mais sobre o assunto? Neste artigo, você vai conferir os principais aspectos da alcunhada “lágrima ácida”.
Afinal, as lágrimas são realmente ácidas?
Não! Apesar do espantoso nome, a lágrima não é de fato ácida. Seu pH (escala que qualifica as substâncias em bases, neutras e ácidas) é categoricamente neutro.
O escurecimento da região, produzindo manchas geralmente marrons em torno dos olhos do cão, é efeito resultante da combinação de uma substância chamada lactoferrina, da família do Ferro, juntamente com bactérias presentes no pelo.
Vale ressaltar que essa mesma matéria é encontrada na saliva do animal, o que explica o escurecimento nas pontas das patas de alguns pets — aqueles que costumam lamber os membros.
Ao notar os primeiros sinais da presença de manchas no olho do cachorro, um médico veterinário deve ser consultado. Apesar de ser diagnosticado como um problema comum, apenas o especialista poderá indicar o tratamento ideal — há casos em que a solução é exclusivamente cirúrgica.
Por que alguns cães desenvolvem as manchas e outros não?
A Epífora é causada pela secreção lacrimal em excesso, responsável por lubrificar os olhos, livrando-os de corpos estranhos. Se não absorvida de maneira correta, o excesso vaza das vias e pálpebras, provocando o efeito descrito anteriormente.
O excesso de secreção é causado por alguns fatores, como: inflamação parcial ou total dos canais nasolacrimais, irritação nos olhos, modificação anatômica das pálpebras — afetando a produção e/ou drenagem das lágrimas — e excesso de pelos na região.
Alguns pets apresentam as características indicadas, outros não, justificando, assim, a ocorrência parcial da adversidade.
Qual a melhor maneira para tratar o problema?
O primeiro passo é tratar a causa primária da lágrima ácida. Um veterinário especialista em oftalmologia vai diagnosticar o fator principiante da causa, que será analisado mediante consulta e realização de exame clínico com testes específicos.
De acordo com a intensidade do problema, intervenções cirúrgicas para a desobstrução dos ductos e/ou alterações palpebrais podem ser a alternativa mais ideal.
Caso não haja a necessidade de medidas mais drásticas, alguns fatores que contribuem para o crescimento do transtorno devem ser alterados. Uma alimentação inadequada, por exemplo, repleta de alimentos com conservantes, petiscos, embutidos, corantes e açúcar propicia o aparecimento da Epífora, à medida em que essa alimentação tem efeitos pró-inflamatório no organismo.
Porém, se o cachorro não apresenta nenhum problema físico, uma boa limpeza, junto da alimentação saudável, pode ser a solução. Como a área da mancha permanece constantemente úmida, a proliferação de fungos e bactérias é certa — consequentemente, diversas infecções também.
Portanto, manter a zona sempre seca e higienizada é essencial. Utilizar gaze e soro fisiológico, ao menos duas vezes por dia, para limpar a região e, em seguida, mais uma gaze, dessa vez seca, para drenar a umidade.
Outra dica é massagear a lateral dos olhos, o que auxilia para o desentupimento do canal lacrimal.
Quais são as raças mais afetadas?
Algumas raças possuem maior predisposição para a produção de lágrimas ácidas, causadas por interferência da anatomia ocular.
Buldogue, Pug, Pequinês, Shih-tzu e Lhasa apso são alguns exemplos. Isso ocorre por causa do posicionamento das pálpebras que, muitas vezes, não estão “corretamente” posicionadas — focinho achatado e olhos esbugalhados contribuem para a redução do ducto lacrimal.