28 de abril de 2024

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Número de crianças alfabetizadas no segundo ano do ensino fundamental cai para 41% no estado de São Paulo

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Pedagoga e diretora da Petit Kids Cultural Center, Fernanda King afirma que o processo de alfabetização começa já no primeiro ano de idade e que os pais devem estar atentos aos marcos de desenvolvimento

O número de crianças alfabetizadas no segundo ano do ensino fundamental no estado de São Paulo caiu 19 pontos percentuais em 2021, em relação a 2019, antes do início da pandemia. Em 2019, 60% das crianças do segundo ano sabiam ler e escrever, índice que foi reduzido para 41% em 2021, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC). A queda deixou a educação paulista distante da diretriz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de que a alfabetização das crianças deve ocorrer até o segundo ano do ensino fundamental, com o objetivo de garantir o direito fundamental de aprender a ler e escrever.

 

O baixo letramento apontado pela pesquisa em todo o País acendeu o alerta no Ministério da Educação, que lançou este mês o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, para subsidiar ações dos estados e municípios que promovam a alfabetização das crianças. São Paulo aderiu ao programa. O investimento previsto será de R$ 1 bilhão este ano e R$ 2 bilhões nos próximos três anos, conforme o MEC. O objetivo do pacto nacional é garantir que 100% das crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao fim do 2º ano do ensino fundamental. No Brasil, a média de alfabetização em 2021 foi de 43,6%. 

 

Uma criança alfabetizada nessa faixa etária é capaz de ler pequenos textos, formados por frases curtas e localizar informações; fazer interpretações básicas a partir da articulação entre texto verbal e não verbal, como em tirinhas e histórias em quadrinhos; e escrever, mesmo com desvios ortográficos, textos da vida cotidiana para uma comunicação simples, como convites e lembretes. 

 

A falta de alfabetização na idade certa tem consequências por toda a vida, como aumento da evasão, da reprovação e da desistência da criança de aprender. Segundo o MEC, 11,4% dos brasileiros em 2021 eram analfabetos funcionais, pessoas com 15 ou mais anos que não sabem ler, escrever ou possuem menos de cinco anos de escolaridade. Embora o letramento comece a partir dos 5 ou 6 anos nas escolas, a pedagoga e diretora da Petit Kids Cultural Center, Fernanda King, com pós-graduação em Desenvolvimento Infantil, afirma que o processo de alfabetização tem início bem antes, já no primeiro ano de idade. 

 

Atrasos

 

Fernanda explica que o atraso na alfabetização começa quando a criança tem 1 ou 2 anos de idade. “É preciso ler para essa criança, incentivar o letramento. Identificar as letras da marca do biscoito que ela gosta. Com 4 anos a criança tem que identificar o próprio nome. O desenvolvimento cognitivo e motor estão relacionados. Há marcos de desenvolvimento. Espera-se que a criança ande até um ano e meio e forme pequenas frases com 2 anos, por exemplo. Exceções devem ser observadas com atenção”, explica. 

 

No pós-pandemia, de acordo com a educadora infantil, há muitas crianças com atraso na fala porque ficaram em casa, só com adultos e com altíssima exposição às telas, tevês, smartphones e tablets, que atrasam a fala e causam ansiedade. “Quem não fala bem não escreve bem. A criança primeiramente precisa compreender a fala. Ela deve falar com clareza aos 5 anos de idade, não pode mais trocar os fonemas”, comenta. Fernanda aponta que a criança terá dificuldade de escrever aos 6 ou 7 anos se não passar por todo o processo de aprendizado, pulando etapas.

 

A educadora infantil diz que a criança deve estar alfabetizada aos 7 anos, precisa saber as palavras básicas, com coerência. Para isso, os pais devem investir na educação desde cedo. “Não adianta deixar a criança em casa, sem estímulo correto, não apenas afetivo, mas pedagógico também”, explica. Ela lembra que muitos estudos comprovam que frequentar a educação infantil reduz gravidez na adolescência, melhora índices de emprego e de ingresso na faculdade, além de evitar a evasão escolar. 

 

“Se a criança não aprender a ler com 6 anos ou 7 anos, não vai conseguir bom desempenho em nenhuma das outras disciplinas, como geografia, matemática. Ela desanima e sai da escola antes. É uma reação em cadeia, aprender a andar, falar, ler e escrever. Todo um processo que tem que seguir a etapas sem serem puladas. Se você deixa a criança sem estímulo na primeira infância, isso vai se refletir até na faculdade, que provavelmente ela não vai fazer, porque vai desistir”, afirma Fernanda. 

 

Tabus

 

A educadora diz que ainda há tabus sobre os bebês frequentarem escolas, mas sinaliza que isso é fundamental para o desenvolvimento em todas as fases da vida. Segundo ela, restringir o acesso das crianças pequenas a uma educação de qualidade traz consequências que não podem ser revertidas mais tarde. “Infelizmente, no Brasil, poucas pessoas entendem de primeiríssima infância. De 0 a 3 anos os bebês têm plasticidade neuronal. Os pais não podem esperar até 6 anos para então buscar soluções para problemas que deveriam ter sido detectados muito antes”, alega.

 

De acordo com a educadora infantil, após os 3 anos fica bem mais difícil reverter dificuldades. “Não é possível recuperar depois”, afirma. Apesar dessa limitação, ela cita que hoje já há profissionais capacitados para lidar com crianças pequenas, como psicólogos e fonoaudiólogos que atendem bebês com dificuldades no desenvolvimento. Fernanda aponta que o atendimento correto feito na idade certa faz toda a diferença para o desenvolvimento integral das crianças.  

 

“Chegam crianças aqui na Petit Kids que já passaram dois anos em casa, o que já é tarde. Cedo para mim são quatro ou cinco meses. Com poucos meses já ensinamos o bebê a comer corretamente, por exemplo. Uma criança de 2 anos que come mal dificilmente vai mudar de hábitos”, alega a educadora infantil. Ela lembra que, quando fica muito tempo em casa, a criança é exposta a telas desde muito cedo. A Organização Mundial de Saúde recomenda que crianças menores de 2 anos não tenham nenhum contato com telas. “O uso excessivo causa ansiedade mesmo nos bebês, pode viciar e ter consequências como atraso na fala”, explica. 

 

Segundo Fernanda, na Petit Kids as crianças são acompanhadas individualmente e, a cada semestre, a escola entrega aos pais todos os trabalhos desenvolvidos com o aluno e um relatório sobre o desenvolvimento. O centro cultural infantil leva em conta o perfil da criança e da família. A escola tem 170 crianças matriculadas, de 0 a 6 anos. 

 

Sobre a Petit Kids Cultural Center

Espaço plural, que promove educação com um olhar carinhoso para a primeira infância, fase mais importante da vida das crianças, baseado no acolhimento das famílias, no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, valores humanos, capacidades intelectuais e motoras da criança, respeitando características individuais. Espaço educativo no qual as mães dos bebês podem amamentar, as coordenadoras e professoras conhecem a rotina da criança em cada detalhe. Espaço inovador, com estrutura moderna, pedagogia avançada, aulas bilíngues, de robótica e educação financeira, entre outras. Oferece o equilíbrio necessário entre o afeto necessário na Educação Infantil e a prática progressista do conhecimento. Agrega atividades extracurriculares como o ensino da língua inglesa, capoeira, arte, música, culinária, contação de histórias, atividades psicomotoras, artes marciais, dança, entre outras. Incentiva o respeito às diferenças, o entendimento da neurodiversidade e aspectos que promovem uma educação realmente inclusiva. Tem o excelente custo-benefício, sem taxas extras e com flexibilidade de atendimento.

Instagram: @escolapetitkids

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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