A nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, demonstrou otimismo sobre as relações entre os dois países –ela desembarca no país num momento delicado, em que denúncias de espionagem sobre as comunicações da presidente Dilma Rousseff e a Petrobras afetaram o relacionamento bilateral.
A diplomata, de 57 anos, fez uma declaração à imprensa na manhã desta segunda-feira (16) pouco mais de uma hora depois de chegar ao Brasil, ainda no aeroporto de Brasília. A fala foi acompanhada pelo marido e pelas duas filhas do casal.
“Este é um tempo muito importante em nossas relações, cheio de oportunidades e possibilidades. Juntos, estou certa que podemos expandir e aprofundar os muitos laços que existem entre nossas duas importantes e grandes nações”, disse a embaixadora em português fluente.
Quando questionada sobre as denúncias de espionagem e o cancelamento da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos EUA, Ayalde preferiu não se manifestar: “Eu estou chegando, vamos ter tempo de falar sobre muitos temas, inclusive esse”.
A nova embaixadora afirmou que a família está “muito ansiosa” em poder viajar pelo país e conhecer a diversidade e cultura do Brasil. “Nos próximos anos espero engajar com o povo e o governo do Brasil para construir uma parceria estratégica mais forte para o século 21”, completou.
“É verdadeiramente um prazer para mim chegar ao Brasil para servir como embaixadora dos Estados Unidos da América no país e poder liderar o importante trabalho da embaixada e dos nossos consulados”, disse ela, que assume o lugar de Thomas Shannon, no cargo desde fevereiro de 2010.
HISTÓRICO
No início de agosto, o Senado americano confirmou o nome da diplomata como nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil. Ela assume o lugar de Thomas Shannon, que agora será assessor especial do secretário de Estado norte-americano, Jonh Kerry.
A expectativa é que Ayalde entregue as credenciais à presidente Dilma Rousseff ainda nesta semana – última formalidade para ela assumir a função. Em junho, o Itamaraty confirmou ter concedido o “agrément” (autorização necessária para a troca de embaixadores) a Ayalde.
Diplomata de carreira, ela é filha de um médico colombiano radicado nos EUA. Atualmente, ocupava o posto de vice-secretária de Estado adjunta para o Hemisfério Ocidental, responsável pelas áreas de Cuba, América Central e Caribe.
Antes, a diplomata serviu como embaixadora no Paraguai (entre 2008 e 2011) e trabalhou muitos anos para a Usaid (agência americana de ajuda internacional).
Ayalde iniciou a carreira diplomática em 1982. A nova embaixadora tem bacharelado em Artes pela Faculdade de Estudos Internacionais da Universidade Americana em Washington e mestrado em Saúde Pública pela Universidade Tulane, em Louisiana.
Folha de São Paulo