A moradora do Parque Olaria, Dircinei de Oliveira Rodrigues Cruz, procurou o Portal SB24Horas para relatar uma situação que tem enfrentado com grande preocupação: a falta de insulina e a precariedade dos insumos essenciais ao tratamento de diabetes fornecidos pela rede pública de saúde de Santa Bárbara d’Oeste. Dependente diária das insulinas NPH e Regular, Dircinei conta que, ao buscar o medicamento em sua UBS, foi informada de que o estoque estava zerado.
“Eu tomo insulina três vezes ao dia. Não tem como ficar sem. Meu caso é sério, é grave”, desabafou. Segundo ela, essa não foi a primeira vez que encontrou o posto sem o medicamento disponível.
Além da falta de insulina, a moradora denuncia que houve substituição de insumos por versões de qualidade inferior, como as fitas de glicemia — maiores e mais difíceis de manusear — e as canetas aplicadoras, que, de tão frágeis, estariam quebrando com facilidade, afetando principalmente os pacientes idosos. Dircinei afirma que todos são obrigados a assinar um termo se responsabilizando pelas canetas, correndo o risco de não receber reposição em caso de dano.
“O dia que eu estava lá tinham seis idosos reclamando que a caneta quebrou. É frágil demais. Como a pessoa vai aplicar insulina assim?”, relatou.



Outro ponto preocupante citado por Dircinei é a ausência de endocrinologistas no SUS da cidade. Ela conta que, após ser encaminhada há alguns anos para uma especialista, aguardou exames que nunca foram realizados. Quando voltou à UBS, descobriu que a médica havia deixado o serviço. Desde então, passou a ser tratada por clínicos gerais, que não são especialistas no tratamento de diabetes grave.
“Santa Bárbara é a única cidade da região que não tem endocrinologista atendendo pelo SUS. Não pode ser assim. Toda cidade tem que ter”, reforçou.
Dircinei afirma que o problema se arrasta há cinco anos, período em que tem tentado, sem sucesso, resolver a situação por vias administrativas. Ela compara o atendimento local com outras cidades da região, como Americana, Hortolândia e Campinas, onde, segundo ela, o fornecimento de insulina e insumos ocorre sem interrupções.
“Dizem que tem, mas não distribuem. A gente fica enganada. E enquanto isso a diabetes só piora. A saúde não pode ser tratada como gasto, é investimento. É muito triste ver isso acontecer.”
Emocionada, ela relata que decidiu tornar a denúncia pública porque não suporta mais ver a própria saúde e a de outros pacientes sendo afetada. “Eu orei antes de falar com vocês. A verdade precisa ser dita. Eu não aguento mais ver tanta injustiça. Alguém tem que fazer alguma coisa.”
O Portal SB24Horas encaminhou questionamentos à Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste, pedindo esclarecimentos sobre:
– a falta de insulina nas unidades de saúde;
– a troca de insumos por materiais considerados frágeis ou inadequados;
– a obrigatoriedade de assinatura de termos sobre canetas de insulina;
– a ausência de endocrinologistas no SUS local;
– a redução no prazo de fornecimento dos medicamentos, que estaria sendo entregue para apenas 15 dias.
Até o fechamento desta matéria, não houve retorno.
A reportagem segue acompanhando o caso e cobrando respostas das autoridades responsáveis.





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