Tendência na moda, na arquitetura e no estilo de vida, o minimalismo colabora com o meio ambiente e o bem-estar
O minimalismo é um movimento amplo, que vai desde à estética aos hábitos de consumo. Ele ganhou força nas últimas décadas, em especial, devido ao seu culto em redes de compartilhamento de referência, tais como o Pinterest e o are.na. Em 2019, a série do Netflix Ordem na Casa com Marie Kondo fez o interesse pelo minimalismo crescer ainda mais.
Contudo, a origem do movimento vem muito antes do advento da internet. Nas artes plásticas, por exemplo, ele foi uma tendência dos anos 1960. Da mesma forma, na moda, ele foi introduzido na mesma década, chamando atenção pela possibilidade de construção de um look perfeito, utilizando poucos elementos.
Na verdade, o minimalismo é uma resposta aos excessos da vida moderna. Mesmo antes da sociedade contemporânea, o consumo e o capitalismo, bem como suas dinâmicas e estruturas, já eram discutidas por profissionais das áreas criativas. Dessa maneira, o minimalismo aparece como opção possível a esse que parecia ser o único caminho, bem como a linguagem aceita pelos meios de comunicação.
Já o estilo de vida minimalista abrange práticas diárias, que vão além do look. Aqui, a expressão “menos é mais” é levada totalmente a sério. Em suma, a ideia é que se consuma apenas o necessário, ou seja, que não se tenha mais calçados do que se possa calçar, por exemplo, nem que se acumule mais peças de roupa do que sua casa comporte.
Também é comum que muitos minimalistas sejam vegetarianos ou veganos. Isso porque o consumo de produtos de origem animal é bastante poluente. Assim, os minimalistas estão sempre antenados às questões do meio ambiente.
Paleta monocromática
Como sabemos, as cores têm muito mais que um apreço estético: elas transmitem sensações. Aqueles que escolhem uma paleta para chamar de sua, por exemplo, podem se atentar a isso na hora de compor um look minimalista. Figurinos monocromáticos ou em tom sobre tom são uma boa pedida nos casos em que se escolhe dar destaque às cores.
O branco e o preto, por exemplo, são cores básicas e bastante presentes em looks minimalistas. Elas também são boas opções para montar looks monocromáticos. Contudo, nesses casos, deve-se atentar aos acessórios. Isso porque looks todo branco ou todo preto têm outras conotações, de profissão ou de luto.
Assim, um look todo branco pede acessórios com alguma cor, mesmo que mais discreta. Já um figurino completamente preto pode ter pequenos elementos de cores quentes, como um sapato vermelho ou um pequeno brinco amarelo.
No entanto, quem prefere cores mais vivas poderá apostar no tom sobre tom sem medo, inclusive, no caso dos acessórios. Um look todo amarelo, por exemplo, ainda assim, pode receber acessórios em tons amarelados. A dica aqui é dar preferência para cortes retos, estilo alfaiataria.
Tecidos naturais
Já deu para perceber que nem só de estética vive o minimalismo, não é mesmo? Os adeptos tendem a procurar entender os impactos de todas as suas escolhas, reduzindo, dessa maneira, não só a quantidade de objetos que possuem, mas também a influência dessas escolhas no mundo.
Uma forma bastante simples de executar essa tarefa é escolher tecidos naturais. Isso porque eles são biodegradáveis e agridem menos o ambiente. Não é raro encontrarmos minimalistas que passam longe de materiais como o poliéster ou peças com lycra.
O principal motivo é que esses tipos de tecido liberam, a cada lavagem, milhares de partículas minúsculas de plástico, também conhecidas como microplástico. Elas são tão pequenas que nem os filtros mais potentes conseguem contê-las.
Estima-se, inclusive, que toda a água potável das grandes cidades do mundo já contenha uma quantidade significativa de microplástico. Um estudo da Universidade de Newcastle, na Austrália, indica que uma pessoa vivendo em uma cidade grande ingere, em média, o equivalente a um cartão de crédito por semana, em quantidade de plástico presente na água.