Entre os estados com maior índice da doença, Bahia se destaca e Saúde alerta para cuidados, inclusive, durante altas temperaturas.
Embora seja uma doença endêmica no país, como aponta o Ministério da Saúde, a meningite viral faz mais vítimas na primavera e no verão. A doença também pode ser causada por parasitas, fungos e bactérias, além de vírus. Entre as mais preocupantes, estão as bacterianas e as virais, já que podem resultar em surtos.
As temperaturas mais elevadas ainda são tidas como vilãs para o surgimento em vários casos da meningite viral. Esta pode ser causada por Herpes simplex, Enterovírus não pólio, sarampo, rubéola, arbovírus e outros.
Embora seja considerada menos agressiva que a meningite bacteriana, a viral também causa a inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro.
Como a meningite viral é transmitida?
A transmissão da meningite viral, no caso do Enterovírus, ocorre de um indivíduo para outro por meio do toque de mão, objetos ou superfícies contaminadas e, após, levar a mão à boca, olhos ou nariz. Também pode ser resultante da ingestão de água e alimentos que foram contaminados pelo vírus.
Para o caso da doença causada por arbovírus, pode ser transmitida através da picada de mosquitos contaminados.
Além das causas citadas acima, o Ministério da Saúde informa que a doença também pode se originar por meio de processos inflamatórios. Entre eles, traumatismo craniano, lúpus, câncer e cirurgias cerebrais.
O tratamento da meningite viral pode ocorrer de forma espontânea, em sua maioria, por meio de internação para melhor acompanhamento de especialistas. Dentre os casos registrados, a maior parte dos pacientes ficam internados 24 horas após surgirem os primeiros sintomas, sendo esta uma conduta comum entre as operadoras de planos de saúde e atendimento médico público.
Meningite viral 2022: casos pelo Brasil
No Brasil, os estados já somam vários casos da doença em 2022, sendo que alguns registraram surto comunitário. Embora o município de São Paulo tenha sido evidenciado com casos da doença no país, a Secretaria da Saúde informou que os registros de janeiro a setembro são inferiores aos de 2019. Ainda assim, a capital paulista registrou 58 casos até o último dia 6, sendo 10 casos fatais neste ano.
Entre os estados que mais preocupam, a Bahia vem liderando o número de casos de meningite em 2022. De acordo com as autoridades em saúde, o estado já soma 47 óbitos para 273 casos confirmados. Por lá, mais de 35% dos casos registrados são de meningite bacteriana, enquanto a meningite viral soma 23%, além de outros 33% por tipos não especificados e 8% devido a outras etiologias.
Já em Pernambuco, foram registrados 14 casos suspeitos, sendo 8 casos confirmados da doença meningocócica, sendo que três deles ainda estavam em investigação até o último dia 5. Em Minas Gerais o quadro também é preocupante, já que, de acordo com a SES-MG, entre janeiro e junho de 2022 o estado registrou 465 casos.
Só em Uberlândia foram 16 óbitos em 2022 por meningite, sendo a maior quantidade se comparada aos dois últimos anos. No município foram 144 registros da doença até o mês de agosto, sendo 90 casos em todo o ano de 2021 e 140 casos em 2020.
No Rio de Janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde registra um alerta sobre os casos da meningite meningocócica que vem aumentando pelo estado. De janeiro até o mês de agosto, já foram registrados 7 óbitos pela doença, que acometeu 28 indivíduos.
Embora não seja considerado um surto pelo Brasil, especialistas fazem um alerta sobre a cobertura vacinal que não vem atingindo a meta. De acordo com o G1, 6 a cada 10 bebês não foram protegidos contra a doença no Brasil. No geral, a cobertura vacinal não teve a meta atingida nos últimos anos, o que contribui com o aumento dos casos de meningite pelo Brasil.
Por: Andreia Silveira, editora de conteúdo no site PlanoDeSaude.net.