A apresolina, medicamento utilizado para reduzir a pressão arterial, está em falta no estado de São Paulo. O medicamento é indicado principalmente para pacientes que sofrem com problemas renais e também para mulheres grávidas. Na região de Campinas, há pelo menos um mês, os hospitais convivem com a falta do medicamento. A apresolina é uma droga efetiva e barata e não possui similares no mercado.
Segundo o coordenador do ambulatório de doenças renais crônicas do Hospital Dia de Indaiatuba, Marcelo Pinelli, diariamente, uma média de seis pacientes que fazem uso da droga procuram a unidade de saúde para trocar a medicação. Segundo ele, os pacientes informam que foram orientados pela empresa Novartis, fabricante da apresolina, a buscar outro tipo de tratamento. A situação também é preocupante dentro dos hospitais. O ginecologista e obstetra do Hospital Celso Pierro, em Campinas, Carlos Oshikata, afirma que a apresolina também é utilizada em aplicações intravenosas para o controle da pressão arterial dos pacientes. Segundo ele, o medicamento também está em falta nos hospitais.
Quem faz uso do medicamento vive um verdadeiro drama. Lizete Terezinha Silva afirmou que ficou sem tomar o medicamento por 10 dias, teve que procurar uma alternativa para controlar a pressão. Ela disse que está com medo porque o médico indicou uma nova droga que traz alguns efeitos colaterais. Uma funcionária pública que preferiu não se identificar, afirmou que está encontrando muita dificuldade para achar a apresolina, que auxilia no tratamento do pai. Ela afirma que a procura pelo medicamento nas farmácias virou uma verdadeira guerra.
A empresa Novartis, responsável pela fabricação da apresolina, informou através de nota que enfrenta um período temporário de desabastecimento no mercado brasileiro devido às circunstâncias operacionais que afetaram o processo produtivo. A farmacêutica informou ainda que está tomando as providências para regularizar a comercialização, o que deve acontecer a partir do mês de junho. A Novartis orientou os usuários do medicamento a procurarem seus médicos para a avalição sobre a continuidade do tratamento.