29 de março de 2024

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Massacre de macacos mostra falta de informação de brasileiros sobre a febre amarela

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Após surto da febre amarela, humanos atacam até a morte os macacos e isso não é nada bom para o combate à doença.

Primatas estão sendo mortos a pauladas, apedrejados e até envenenados por pessoas desinformadas. Elas acreditam que os macacos são os responsáveis pelo surto de febre amarela no país e, eliminando-os, vão conseguir acabar com o vírus.

Porém, a falta de informação expõe ainda mais os seres humanos aos mosquitos que transmitem a doença. Ou seja, sem os macacos, as pessoas se tornam alvo principal de mosquitos da febre amarela.

Falta de informação prejudica o combate à febre amarela

Sem os primatas, humanos viram alvo dos mosquitos silvestres (Sabethes e Haemagogus), que são vetores da doença. Especialistas explicam que esses mosquitos precisam se alimentar de sangue e não encontrando os macacos nas áreas rurais, acabam chegando até os humanos.

Como os macacos vivem na mata e estão sempre na altura da copa das árvores, esses insetos os têm como alvo predileto. Mas não é apenas esse o único ponto pelo qual somos prejudicados com a morte dos primatas.

Quando os macacos desenvolvem a doença e morrem, pesquisadores e autoridades sanitárias podem identificar o vírus da febre amarela em determinada região. Dessa forma é possível determinar um trajeto da febre amarela, de acordo com os corredores da floresta onde os animais foram encontrados.

Com isso, é possível que as autoridades competentes possam traçar ações de imunização nos seres humanos.

Execução dos macacos pode gerar um impacto expressivo sobre sua população

Estamos no início do mês de fevereiro e o Controle de Zoonoses do Rio de Janeiro, junto com a Vigilância Sanitária, já recolheram 144 macacos mortos para realizarem os testes e verificar a presença do vírus em seus corpos.

Porém, o laudo da morte dos primatas mostrou que 69% deles foram executados, já que continham doses de veneno em seu organismo e/ou diversas fraturas. Tudo isso mostra o impacto expressivo que a doença teve sobre a população humana, que muitos querem eliminar o vírus da forma errada.

O temor de que a população de macacos desapareça das florestas do Rio de Janeiro é grande e o mais viável é iniciar campanhas para conscientizar e informar as pessoas sobre a relação dos primatas com a febre amarela.

Para ter uma breve noção do perigo que os macacos estão correndo, em 2017 foram registrados 602 animais mortos. Desses, 42% foram assassinados de forma cruel, como uma tentativa de fazer com que essa espécie fique extinta.

O órgão responsável ainda relata que nem mesmo o mico-leão-dourado, uma espécie em extinção, conseguiu escapar das agressões, já que foram encontrados executados.

Número de mortes por febre amarela aumenta em todo o país

Mortes causadas pela febre amarela têm aumento expressivo e já chega em 98 registros no Brasil. Os casos registrados de pessoas infectadas pelo vírus subiu para 353,140, em relação a uma semana atrás.

Conforme mostra a pesquisa, o maior número de casos de pessoas infectadas está em São Paulo, que possui 41 mortes e 161 confirmações da doença. O segundo estado a registrar maior número de casos da doença é Minas Gerais, que possui 44 óbitos e 157 pessoas infectadas.

Esses dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde, mostrando os números dentro de um período que vai de 01 de julho até dia 06 de fevereiro. Em 2018, o país somou 351 casos confirmados, o que é alarmante.

Nas áreas em que a doença se manifestou e são consideradas áreas de risco, existe uma campanha de vacinação para adultos, crianças, gestante e idosos. Dependendo do grupo de risco, cada um receberá a dose fracionada (0,1ml) ou padrão pelos postos de saúde.

Quem não está no grupo selecionado e desejar receber a dose padrão (0,5ml), ou não mora nas áreas de risco do vírus, pode receber a vacina no sistema particular. Mas é importante saber que ela terá um custo, mesmo que o cidadão tenha um plano de saúde, já que as operadoras não são obrigadas a disponibilizar a imunização.

Por: Andréia Silveira, colaboradora do site Plano de Saúde.

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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