25 de abril de 2024

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Marketing político bem vivo na pandemia

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Por João Miras

O processo de “onlinezação home office”, no qual a propaganda das empresas, o jornalismo televisivo e o radiofônico – em convergência digital -foram obrigados a se precipitar com o vírus desconhecido, já era uma realidade nas campanhas eleitorais brasileiras quando o vírus começou a se espalhar pelo nosso país.

Sim, com excessivas medidas restritivas impostas pela última “nova legislação eleitoral”, os pré-candidatos e políticos no exercício do cargo, há muito, vêm investindo e trabalhando no desenvolvimento de novas técnicas e conteúdos atraentes para utilizarem nos meios digitais para alcançar seus públicos: eleitores e opinião pública em geral.

Assim, surpreendentemente, para nós publicitários políticos, manejadores de campanhas eleitorais e comunicadores de mandatos e governos, a precipitação do voo para essa nova realidade comunicacional, que quase vê abolir o tradicional corpo a corpo (marca da história da política mundial), não sofreu sequer uma turbulência. Trabalhamos normalmente nas campanhas mesmo nestes tempos de coronavírus.

Filtramos segmentos por meio dos canais e aplicativos disponíveis e distribuímos conteúdos estratégicos para grupos que precisam ser alcançados para construir imagens, posições, reputações, teses e bandeiras de campanhas dos políticos. As pessoas estão atentas, respondendo a esses estímulos e se engajando on-line nas causas. As campanhas estão andando, os resultados estão surgindo e as pesquisas tradicionais apontam com clareza o atingimento dos objetivos sócio-políticos. Por sinal, a gestão de crises oferecida por estrategistas de comunicação, nunca foi tão necessária.

Nós, publicitários, temos por ofício a adaptabilidade. Somos como um macaco que precisa nadar ou um peixe que precisa subir em uma árvore. As generalidades são a nossa causa específica. Se nem a esquizofrenia da legislação eleitoral brasileira nos intimida, não será esse mundo atônito, de ponta-cabeça, que nos fará ceder. A publicidade brasileira não foi por tanto tempo a melhor do mundo, senão por nossa tenacidade, além da criatividade, é claro!

Eu sei que no Brasil, ao contrário dos EUA, a publicidade não tem o respeito que deveria ter por ser a parceira fundamental no estímulo da venda e, portanto, da produção, da inovação e das riquezas que o homem produziu em abundância nos últimos 2 séculos, mas nós sabemos o nosso valor, pois ele é avaliado pelo mercado livre, sem emocionalidades e ignorâncias de ocasião.

A publicidade segue seu caminho impulsionando os meios de comunicação a relatarem os fatos. Fatos, que pela credibilidade dos órgãos de comunicação estabelecidos, vêm sendo fundamentais na preservação da vida, principalmente, em um momento de medo e insegurança como o que vivemos atualmente.

Tenham certeza, é a publicidade que vai cumprir seu papel quando o país precisar retomar as atividades econômicas. Estaremos com as portas do nosso armazém de comunicação abertas para acolher a esperança dos empreendedores brasileiros. No momento, trabalhamos para preservar as esperanças asseguradas pela democracia no processo eleitoral. Respeitem as eleições, elas carregam esperança de mudança e de dias melhores para muitas comunidades de todos os cantos do Brasil, para ser exato: 5.570 municípios. Há cidadãos de rincões que só conseguem ter acesso ao estado e às políticas públicas alcançando o poder configurado na forma de prefeitos e vereadores. Respeitemos o direito que essas pessoas têm de escolher seus representantes e sonhar com dias melhores em suas localidades.

 

João Miras é um publicitário ítalo-brasileiro de 56 anos, que já trabalhou em dezenas de cidades, 13 estados brasileiros e em outros 4 países. Realizou mais de 170 trabalhos em 40 anos de profissão. Estrategista de marketing político, é reconhecido como um dos grandes ‘public brand makers’ do Brasil por ter se especializado em planejamento estratégico de comunicação para governos e prefeituras com foco na construção de marcas de governança atuando para agências, produtoras, institutos de pesquisa, partidos e empresas. Aspectos inovadores do seu trabalho de comunicação executado ao longo de décadas foram tema de 3 teses de doutorado. Mantém escritórios no sudeste brasileiro e nos EUA.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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