Neoaliada de Eduardo Campos, ex-senadora afirma que “processo” irá definir a chapa. Para o governador de Pernambuco, existe “grande unidade” entre ambos

Recém-filiada ao PSB e com um capital político de 20 milhões de votos (recebidos em 2010), a ex-senadora Marina Silva disse ao jornal “Folha de S.Paulo” que tanto ela quanto o governador de Pernambuco (e agora parceiro de sigla), Eduardo Campos, são “possibilidades” para o pleito presidencial do ano que vem.
“Para nós não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer e estamos abertos a esse processo”, afirmou Marina, que na sexta-feira (4) viu recusado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o registro de sua legenda, a Rede Sustentabilidade.
Marina e Campos se encontram nesta quinta-feira para consolidar um documento programático da aliança. Em entrevista à rádio CBN nesta quarta (9), o governador disse que a parceria entre ambos está sendo criada com “muita tranquilidade”.
“É impossível jogar Marina contra mim e eu contra Marina. Nós não vamos ter nenhum problema em definir qual será a chapa. Existe uma grande unidade entre a minha posição e a dela”, disse Campos, para quem a união entre PSB e Rede “não tem mais volta”.
Para Campos, a aliança “animou a política brasileira” e incomodou muita gente. “Estamos sintonizados para vencer essa coisa do bipartidarismo”, disse, em alusão à polarização que PT e PSDB protagonizam desde o pleito presidencial de 1994.
No sábado (5), de forma surpreendente, Marina aderiu ao partido de Campos, cuja candidatura presidencial se consolidou após orientação para que o partido deixasse o governo Dilma – os ministros Fernando Bezerra, da Integração Nacional, e Leônidas Cristino, dos Portos, entregaram seus cargos.
“Tanto eu como o Eduardo discutimos que não íamos colocar isso (a candidatura presidencial) a priori, senão vamos contaminar o nosso debate. Não estamos discutindo, para além do que está posto, que é candidatura dele, quem vai ficar aqui e ali. Estou partindo do princípio que a candidatura dele está posta. Se a aliança prospera com ele, e a candidatura dele posta, a Rede terá ali o caminho da sua viabilização”, disse a ex-senadora.
IG