Por Dennis Moraes
O debate sobre a legalização dos bingos e jogos de azar voltou com força ao Congresso Nacional em 2025. O projeto de lei, que propõe a regulamentação e o funcionamento dos bingos em todo o território brasileiro, ganhou destaque após novas movimentações na Câmara dos Deputados, reacendendo discussões antigas sobre moralidade, economia e segurança pública.
A proposta, que vem sendo analisada há anos, prevê que os bingos e cassinos operem sob rígida fiscalização, com exigências de licenciamento e mecanismos para evitar a lavagem de dinheiro e o vício em jogos. O texto também inclui regras específicas sobre tributação e destinação de parte da arrecadação para áreas sociais, como saúde e educação.
Entre os principais pontos favoráveis apontados por especialistas está o potencial de geração de empregos diretos e indiretos. Segundo dados apresentados por economistas ligados ao setor, a regulamentação dos bingos poderia criar mais de 200 mil vagas formais em todo o país, além de movimentar a economia local por meio do turismo e do entretenimento.
Outro argumento positivo é o aumento da arrecadação tributária. Atualmente, o mercado ilegal de jogos movimenta bilhões de reais por ano sem qualquer contribuição aos cofres públicos. Com a legalização, essa arrecadação poderia ser revertida em políticas públicas, especialmente em programas de combate à dependência química e em investimentos sociais.
Além disso, a regulamentação poderia trazer mais transparência e segurança ao setor, reduzindo a atuação de grupos clandestinos e o envolvimento com o crime organizado — um dos principais problemas associados aos jogos ilegais.
Apesar dos benefícios econômicos, há forte resistência de setores religiosos e conservadores, que argumentam que a liberação dos bingos estimularia o vício em jogos e aumentaria os problemas sociais, como endividamento e desestruturação familiar.
Críticos também alertam para o risco de lavagem de dinheiro, mesmo com a previsão de mecanismos de controle. Segundo eles, o histórico do país mostra que a fiscalização nem sempre é eficiente, e o setor poderia acabar sendo usado para fins ilícitos.
Outro ponto de preocupação é o impacto moral e ético. Para parte da sociedade, o jogo de azar é uma atividade que fere valores tradicionais e pode gerar dependência comportamental, especialmente entre pessoas mais vulneráveis financeiramente.
O tema continua em discussão no Congresso, e o projeto ainda precisa passar por novas comissões antes de ir à votação final. Caso seja aprovado e sancionado, o Brasil se juntará a países como Portugal, Espanha e Argentina, onde os bingos funcionam legalmente e são uma fonte importante de receita.
Enquanto isso, o debate segue acalorado. De um lado, os que veem a legalização como uma oportunidade de desenvolvimento econômico e social. De outro, os que enxergam riscos éticos e morais que o país ainda não está preparado para enfrentar.
Com informações da Agência Câmara e do Senado Federal.
Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e CEO do Grupo Dennis Moraes de Comunicação. Acesse: dennismoraes.com.br




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