5 de dezembro de 2024

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Gravação de “Sai de Baixo” teve choro, erros e clima de festa

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As “reunions” são um tipo de programa recorrente na televisão americana. Anos depois de terminada uma série de sucesso, é comum que elenco e equipe se reencontrem para um episódio especial, que geralmente mostra o que aconteceu com os personagens nesse meio tempo.

A “reunion” de “Seinfeld” –feita ao longo da sétima temporada de “Segura a Onda”, estrelada por Larry David, o criador de ambas as “sitcoms”– era tão esperada que ganhou até capa de revista. A de “Friends” ainda não saiu dos sonhos dos fãs, mas é frequentemente cobrada.

No Brasil nunca tínhamos tido uma, até porque nossa TV é muito mais voltada para as novelas do que para as séries. Mas esse jejum vai terminar com uma mini temporada de “Sai de Baixo”, que começa a ser exibida pelo canal Viva no dia 11 de junho.

O primeiro dos quatro episódios inéditos foi gravado nesta terça-feira (4), no mesmo Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo. Do elenco original, dois desfalques de peso. Cláudia Gimenez, que fazia a empregada Edileuza, se recupera de uma cirurgia no coração. E Tom Cavalcante, o porteiro Ribamar, provavelmente só pisará numa empresa ligada à Globo na próxima encarnação.

O resto estava lá: Miguel Fallabella (Caco Antibes), Marisa Orth (Magda), Luís Gustavo (Vavá), Aracy Balabanian (Cassandra), Márcia Cabrita (Neide Aprecida). Também não faltou um personagem essencial para o sucesso do programa: o público.

Coletiva do “Sai de Baixo” reúne todo o elenco em São Paulo

O charme do “Sai de Baixo” sempre foi sua plateia, que se esborrachava de rir a cada improviso do elenco. Um formato clássico que vem da “Família Trapo”, exibida pela Record nos anos 60, e que será retomado pelo Multishow com o humorístico “Vai que Cola”, que estreia em julho.

O público das duas sessões desta terça aguentou firme os atrasos e o frio, formando uma fila que dobrava a esquina da rua Augusta com a Oscar Freire. Era um reencontro aguardadíssimo: se os ingressos para as gravações do “Sai de Baixo” já eram disputados a tapa uma década atrás, imagine agora.

Nem os atores resistiram à emoção. O diretor Denis Carvalho contou que todos choraram ao entrarem novamente no mesmo teatro onde trabalharam por seis anos, de 1996 a 2002.

Mas como todos estão envolvidos em outros projetos e as agendas são apertadíssimas, não houve tempo para decorarem bem os novos textos. A ação teve que ser interrompida inúmeras vezes, tantos foram os erros e os “brancos” –muito mais do que antigamente, diga-se de passagem.

Só que ninguém se importou. O clima era mesmo o de um reencontro com a família, no palco e na plateia. Uma festa.

O texto continua recheado de absurdos, mas me pareceu melhor elaborado do que a média do programa –especialmente do que nas últimas temporadas, quando já imperava um certo vale-tudo. Também teve mais palavrões (que talvez sejam cortados na edição final) e mais piadas políticas. Inclusive um “chupa, Feliciano!” bem colocadíssimo.

Críticos mais ranhetas podem dizer que “Sai de Baixo” é uma relíquia de outra era, quando o Brasil era ainda mais desigual. De fato, não faltaram farpas contra a “nova classe C”. O final do episódio, então, foi quase reacionário: os ex-ricos passaram a perna nos ex-pobres e voltaram a ser ricos.

Só que o que realmente importa é que, durante quatro semanas, estará quase tudo de volta: o “cabeção”, o “canguru perneta” e, obviamente, o “cala boca, Magda” –gritado em coro pelo público com um misto de alívio e triunfo. Que saiu do teatro por volta da uma hora da manhã, exausto porém feliz.

Fonte: Tony Goes / Folha de S. Paulo

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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