25 de abril de 2024

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Gol faz acordo de codeshare com American Airlines

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Pelos próximos três anos, a companhia aérea brasileira e a norte-americana compartilharão voos

 

No dia 15 de setembro de 2021, a Gol e a American Airlines anunciaram um acordo exclusivo de codeshare (compartilhamento de voos), válido pelos próximos três anos. Além disso, também haverá uma integração entre seus programas de fidelidade.

 

O acordo deve proporcionar melhores condições de turismo acessível, que consiste em um conjunto de ações para promover a inclusão social e o acesso de pessoas portadoras de deficiência ou limitações de mobilidade à aeronave e à atividade turística.

 

Como parte do negócio, a Gol recebeu um investimento de US$ 200 milhões da companhia aérea norte-americana em troca da venda de 5,2% das suas ações.

 

A companhia aérea brasileira informou que o aporte realizado pela American Airlines fez com que a empresa levantasse quase R$ 4 bilhões de capital a longo prazo no último semestre.

Sobre o acordo

O acordo entre as companhias foi feito da seguinte forma: a Gol emitiu mais de 2 milhões de ações preferenciais e a American Airlines adquiriu os papéis a R$ 47,03 cada.

 

O valor de compra foi bem maior do que o registrado um dia antes do acordo, quando a ação foi cotada a R$ 19,28. Além disso, superou até mesmo a média registrada no fim de 2019, antes da pandemia, que chegou a R$ 35,68.

 

Em nota, o diretor vice-presidente financeiro da Gol, Richard Lark, afirmou que o investimento da companhia aérea norte-americana representa o “reconhecimento do valor” da Gol.

 

Por sua vez, o presidente da companhia aérea brasileira, Paulo Kakinoff, disse que o acordo “fortalecerá ainda mais a presença da Gol nos mercados internacionais, acelerará nosso crescimento de longo prazo e maximizará o valor para nossos acionistas”.

 

Ele também afirmou que “ratifica a confiança no crescimento da Companhia conforme a economia se reabre e a demanda por viagens aumenta”.

 

Com acordos de compartilhamento de voos, as companhias aéreas têm capacidade de aumentar suas demandas por passagens pelo fato de expandirem suas malhas aéreas.

Cenário pós-pandemia

Quando o mercado aéreo estava em baixa devido às restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19), a única saída das empresas foi reduzir ao máximo os custos para se manter no mercado.

 

Agora, com a volta dos funcionários e os altos custos por conta da desvalorização da moeda brasileira, a obrigação de caixa se faz necessária para que as companhias aéreas não percam “market share” (participação no mercado).

 

Em julho, a Gol transportou quase 32% dos viajantes dentro do território nacional, a Azul ficou a maior parte da fatia (36%) e a Latam com pouco mais de 31%.

 

No mês de julho de 2019, antes da pandemia, a Gol foi responsável por 40% dos voos, a Latam por quase 33% e a Azul por pouco mais de 27%.

Ações da Gol

Antes dessa injeção financeira, o Credit Suisse (banco suíço de investimento e provedor de outros serviços financeiros) divulgou um relatório afirmando que a situação de liquidez da Gol era preocupante.

 

“A geração de fluxo de caixa fraca, o aumento da competitividade da Azul, a fraca posição de liquidez, a estrutura de custos pesada e um foco obscuro da estratégia ESG nos tornam menos otimistas (em relação à Gol)”, disse o banco suíço.

 

Tudo isso, aliado a uma estrutura de custos pesada, fez com o que o Credit Suisse classificasse as ações da Gol como “underperform” (abaixo do esperado).

 

Entretanto, o codeshare entre a companhia brasileira e  a norte-americana pode dar um novo fôlego à Gol nessa etapa de retomada, uma vez que o capital é imprescindível para que as empresas voltem a acrescentar novas rotas na sua rede de voos (malha aérea).

 

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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