19 de abril de 2024

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Fibromialgia: um guia para fugir da dor

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Maio: no mês dedicado às pessoas que são acometidas pela síndrome, que afeta mais de 4 milhões de brasileiros, o especialista Rafael Pontes Andreussi, da Cobra Reumatologia fala sobre como melhorar a qualidade de vida

 

A Fibromialgia é uma doença invisível e muito frequente, marcada pela presença de dores generalizadas e crônicas. Os pacientes acometidos sofrem também com fadiga, prejuízo na qualidade do sono e outros sintomas que comprometem suas atividades diárias e reduzem sua qualidade de vida.

São mais de 4 milhões de brasileiros afetados e as mulheres entre 25 e 65 anos representam as pessoas que mais são surpreendidas pelo diagnóstico, embora pacientes mais jovens e idosos também possam manifestar a doença. No dia 12 de maio, o Dia da Fibromialgia, o Brasil direciona sua atenção para quem sente dor.

O especialista Dr. Rafael Pontes Andreussi, da Cobra Reumatologia, fez um guia para quem sofre de Fibromialgia e proporciona dicas importantes. A mais importante delas é “procure o médico certo! Apenas um reumatologista pode diagnosticar e indicar o tratamento adequado”. Alguns aspectos importantes:

Causas: a fibromialgia possui origem multifatorial e tanto fatores genéticos como ambientais estão associadas à alteração da percepção de dor e desenvolvimento da doença. Estudos mostram que genes relacionados aos neurotransmissores podem estar alterados e passar de geração em geração, levando a maior sensibilidade à dor. Alguns pacientes desenvolvem a doença após traumas físicos e emocionais, que também contribuem para o agravamento dos sintomas da fibromialgia. Transtornos de humor, como depressão e ansiedade, são frequentes e a avalição psicológica do paciente é fundamental. Além disso, infecções virais e doenças autoimunes, como Artrite Reumatoide e Lúpus Eritematoso Sistêmico, podem colaborar com o surgimento da fibromialgia e devem ser investigadas e tratadas adequadamente.

Sintomas: a doença provoca dores musculares e articulares por todo o corpo, fadiga intensa e sono não reparador, o que faz o paciente acordar cansado. Frequentemente é acompanhada por dores de cabeça, prejuízo da cognição, como piora da memória e dificuldade de concentração, e alterações do humor, principalmente tristeza e irritabilidade. Alguns pacientes referem também dormência e formigamento corporal, sensação de enrijecimento das articulações e cólicas abdominais.

Tratamento e recomendações: não há cura para a fibromialgia, mas uma abordagem multidisciplinar, envolvendo tratamentos medicamentosos e não medicamentosos, é capaz de aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Entre os medicamentos utilizados estão os analgésicos, relaxantes musculares, antidepressivos e moduladores da dor, embora o principal tratamento da fibromialgia seja a prática de exercícios físicos, principalmente aeróbicos, como caminhadas, natação ou bicicleta. No início, o paciente com fibromialgia pode apresentar acentuação das dores, mas o exercício deve ser sempre encorajado pelos seus benefícios comprovados na melhora da dor crônica, do cansaço, do sono e humor. Fisioterapia, acupuntura e terapias de movimento e meditação, como yoga, também corroboram para o controle da dor. Já a abordagem psicológica com terapia cognitiva-comportamental ajuda o paciente a aprender como enfrentar seus sintomas e estudos apontam para a menor necessidade de medicações analgésicas pelos adeptos desta modalidade.

Dieta: uma alimentação saudável é a base de uma boa saúde e pode, inclusive, contribuir para o controle dos sintomas da fibromialgia. Dietas ricas em alimentos frescos, integrais, com alto teor de fibras, proteínas e antioxidantes naturais e com baixo teor de açúcar reduzem a sensibilidade à dor e garantem mais disposição para o paciente realizar suas atividades cotidianas. Por outro lado, o consumo exagerado de gorduras e carboidratos favorece o ganho de peso e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que comprometem a saúde de quem enfrenta a fibromialgia. Reduzir a ingestão de alimentos industrializados que contenham excitotoxinas, como o glutamato monossódico e aspartame, também pode auxiliar no controle da dor e a restrição de alimentos ricos em FODMAPs (carboidratos de difícil digestão e que sofrem fermentação no intestino, presentes em alimentos como pães, laticínios e feijão) colabora para a melhora de cólicas e distensão abdominal. Em algumas situações, restringir o consumo de cafeína e glúten também pode ser benéfico para o alívio destes sintomas.

Sobre o Dr. Rafael Pontes Andreussi: Graduado em Medicina pela Universidade Federal da Grande Doutrados (UFGD), Rafael Pontes Andreussi tem residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Reumatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC – FMUSP). Possui Título de Especialista em Reumatologia pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e foi preceptor da Disciplina de Reumatologia do Hospital das Clínicas (USP) entre 2019-2020. Atualmente faz Doutorado com ênfase em Osteoporose no HC – FMUSP.

Sobre a clínica: A clínica Cobra Reumatologia foi inaugurada em 1944. Em todos esses anos, três gerações de médicos têm se dedicado ao estudo e ao tratamento das doenças reumáticas, contribuindo não só com a qualidade de vida de seus pacientes, mas com o fomento da especialidade. O fundador Prof. Dr. Castor Jordão Cobra desenvolveu métodos terapêuticos vanguardistas, que muitos anos depois ainda são estudados por especialistas. Atualmente, o serviço da Cobra Reumatologia é dirigido pelo neto do Prof. Castor, Dr. Jayme Fogagnolo Cobra, que expandiu os serviços prestados pela clínica liderando um grupo de mais de 60 médicos que atuam em 12 hospitais de São Paulo, ABC Paulista, Santos, Rio de Janeiro e Brasília, realizando mais de 6 mil atendimentos por mês.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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