A sessão da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste realizada nesta terça-feira (29) foi marcada por mais um discurso inflamado e recheado de críticas contundentes à atual presidência da Casa. O vereador Felipe Corá (PL) subiu à tribuna para denunciar o que classificou como um “sequestro institucional do Legislativo” por parte do presidente da Câmara, Júlio César Santos da Silva, o Kifu (PL), em favorecimento direto ao prefeito Rafael Piovezan (PL).
“Hoje nós vimos um presidente rasgando o regimento, pisando nas comissões que ele mesmo nomeou e tratando a Câmara como se fosse uma extensão do gabinete do prefeito. Isso é uma farsa legislativa”, afirmou Corá, visivelmente indignado.
“O senhor se escondeu atrás de um artigo para proteger o prefeito”
Durante a votação do polêmico Projeto de Lei 65/2025, que trata da adesão ao CISMETRO e movimenta R$ 1,1 milhão dos cofres públicos, Felipe Corá criticou o presidente Kifu por colocar a proposta em pauta sem parecer jurídico, sem análise da comissão de justiça e redação, e sem avaliação financeira — o que, segundo o vereador, viola os artigos 97 e 99 do Regimento Interno da Casa.
“O senhor substituiu as comissões pela sua própria vontade. Usou o plenário para tentar disfarçar sua submissão ao prefeito Rafael, no qual, aliás, emprega seu padrinho político. A lei ainda não é sua, presidente”, disparou.
Em um dos trechos mais ácidos de seu discurso, Corá acusou o prefeito Rafael Piovezan de se esconder por anos atrás de siglas como o PV e o MDB, e afirmou que ele só teve votação expressiva nas eleições mais recentes graças à força da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O senhor nunca foi do PL. Só usou o número para se eleger. O prefeito se escondeu atrás do MDB, do PV… Só teve a votação que teve porque surfou no 22, mas quando falam o nome do Alexandre de Moraes, ele abaixa a cabeça, fica quieto, não diz nada. Tem medo”, declarou.
Corá também ironizou outros parlamentares que, segundo ele, “mudaram de lado” e agora seguem submissos ao Executivo municipal.
“Vamos até o fim, nem que seja contra o CPF do presidente”
Corá prometeu levar o caso ao Poder Judiciário, responsabilizando não apenas o presidente da Câmara, mas também a procuradoria e a diretoria legislativa da Casa, que, segundo ele, atuaram de forma parcial em favor da Prefeitura.
“Nós vamos usar a lei até as últimas consequências. Contra o seu CPF, presidente. E pode separar os R$ 10.400 que o senhor ganha de salário, mais o aditivo de presidente, para pagar advogado. Porque o que o senhor fez hoje foi rasgar o direito de sete vereadores”, afirmou.
Felipe Corá encerrou o discurso afirmando que está pronto para resistir politicamente pelos próximos três anos e meio de mandato, e deixou claro que não se curvará diante do atual comando da Prefeitura nem da Mesa Diretora da Câmara:
“Se preparem. Toda sessão vai ter resposta. O jogo está só começando. E, prefeito, daqui pra frente… é tiro, porrada e bomba.”
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