O ataque da Rússia contra a Ucrânia, na noite de quarta-feira, agitou o mercado financeiro no Brasil e no mundo. Depois de quedas sucessivas na cotação, o dólar voltou a se valorizar em relação ao real.
“Hoje (quinta-feira), o dólar comercial já está com um aumento em 2,44% (R$ 5,1305) com relação ontem (quarta-feira), quando ficou em menos de R$ 5,00. A tendência nesses primeiros dias é de alta. Bolsas no mundo inteiro estão em queda, há uma desconfiança em investir em qualquer moeda. Dow Jones está em queda no momento de 1,84%, assim como a Nasdaq 2,57% e Ibovespa 2,19%”, diz Anderson Souza Brito, especialista em câmbio, finanças e banking.
Brito destaca que não é hora de adquirir moeda estrangeira. “Não é momento de comprar dólar e se deve ficar atento às viagens internacionais. Haverá a interferência da Otan nessa guerra entre Rússia (líder em ogivas nucleares) e Ucrânia, mas do outro lado, temos a China como principal aliada dos russos, que já se pronunciou criticando a ação dos EUA”.
Negociações comerciais
O especialista destacou que nesses momentos de instabilidade e, consequentemente, dólar mais alto, as empresas, principalmente as pequenas, precisam acompanhar as moedas e o mercado. “Muitas empresas fazem a operação e acham que isso é apenas o pagamento de um boleto. O monitoramento para verificar a oscilação das moedas é feito pelas médias e grandes empresas, que sempre têm uma pessoa ou empresa para isso. As pequenas não fazem isso e é extremamente importante com quem lida com moedas estrangeiras, acompanhar as oportunidades e variáveis para redução dos valores”, disse.
Ato falho
Ele pontuou a recente viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia. “Foi um ato falho, pois ele expôs a nação de forma negativa ao mundo. Negociar fertilizantes em meio a uma guerra não é uma atitude sensata. Ainda mais, sugerindo que sua ida favoreceu o recuo das tropas em conflito”, afirmou.
Sobre Anderson Souza Brito
É formado em Administração de Empresas, com MBA em Finanças e Banking, cursou International Business Management pela Massachusetts Institute of Business (MIB). Atualmente, ele é CEO da Revhram, que atua na assessoria e intermediação de operações cambiais, traz soluções em câmbio e trade finance (exportação e importação) e Otimiza os custos e simplifica a carga administrativa da empresa, com segurança, economia e praticidade.