29 de março de 2024

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Acredite: a solução para qualquer problema está em você. A ciência garante que cultivar a serenidade no meio do turbilhão nos desperta para resoluções rápidas e positivas

 

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Foto: Getty Imagens

Já imaginou se todos os seus problemas pudessem ser resolvidos fácil assim? Depois de refletir muito sobre algo que a incomoda, você sai para espairecer numa caminhada e, entre um passo e outro… surpresa!, vem a resposta. Pois, acredite, podemos solucionar qualquer questão dessa forma, garante a ciência.

Pesquisas da Universidade do Sul da Califórnia (EUA) apontam que quando estamos relaxados ou focados em nosso mundo interior o cérebro entra no chamado modo-padrão. Esse estado nos leva ao autoconhecimento, aos julgamentos morais, ao desenvolvimento do raciocínio e à construção de sentido daquilo que nos cerca: noções indispensáveis para uma decisão acertada. No livro The Breakout Principle (O Princípio da Ruptura, em tradução livre), ainda sem versão em português, o cardiologista americano Herbert Benson, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard e fundador do Instituto de Medicina Mente Corpo (EUA), afirma que se desviar da questão ajuda o cérebro a se reprogramar e, em seguida, funcionar num grau mais elevado e criativo. Para isso, Benson desenvolveu um método que utiliza o controle do stress como ferramenta. São três etapas: aproveitar o stress produtivo, fugir da tensão e, finalmente, ter um insight criativo. O melhor de tudo isso é que qualquer pessoa pode exercitar esse potencial para curar todas as áreas de sua vida. Veja como conseguir…

1. Mergulhe no seu problema

Sem esforço, não há resultado. Então, para que o drama possa ser vencido você precisa, antes de mais nada, demonstrar empenho. Por exemplo: quem trabalha com criatividade deve confrontar com afinco a temida página em branco, ou atletas que querem se superar precisam praticar a modalidade à exaustão. O empurrão inicial é dado pelo que os especialistas chamam de stress produtivo. Em níveis moderados, a tensão nos tira de uma postura apática e prepara para enfrentarmos melhor as situações adversas. Nesse momento, o cérebro entra numa atividade frenética e tem seu campo de atenção ativado; as pupilas dilatam para que fiquemos atentos ao que nos cerca; e os batimentos cardíacos aceleram, mandando mais sangue aos músculos para que eles estejam prontos para uma reação rápida.

2. Reconheça o momento de parar

Vivenciar uma experiência extenuante de forma prolongada muda o contexto positivo do stress. Você já deve ter sentido isso na pele: como a situação não se resolve, o nervosismo aumenta até ficar praticamente insustentável! Ao mesmo tempo, a performance despenca, pois nos tornamos desatentos e ansiosos. “Em excesso, o stress aumenta a produção de radicais livres, que atingem áreas cerebrais ligadas ao controle emocional e às funções de aprendizagem e memória, comprometendo o desempenho”, diz o psicólogo Leonardo Mascaro, fundador do centro de treinamento para o cérebro Brain Tech (SP). Alguns sinais de que você chegou a esse estágio: ideias repetitivas, medo, raiva, vontade de chorar, tédio, dores de cabeça e nas costas e insônia. Nesse ponto, é preciso fazer uma pausa para desencadear a fuga.

3. Puxe o gatilho do insight criativo

Mude o foco para uma atividade que não tenha nenhuma relação com a questão, como caminhar com o cachorro, tomar um banho, ler um livro, meditar… De acordo com estudos de Herbert Benson, atividades relaxantes e prazerosas promovem uma espécie de sincronização entre os dois hemisférios do cérebro: o esquerdo, que responde pela parte lógica, e o direito, que é mais intuitivo e interpretativo. A ciência sugere que um dos responsáveis pela ação seja o óxido nítrico, que ajuda a brecar o stress e promove a sensação de bem-estar. “Esse neurotransmissor causa vasodilatação, favorecendo oxigenação das estruturas cerebrais. Assim, elas tendem a desempenhar suas funções com mais qualidade”, afirma Leonardo Mascaro. Com o cérebro funcionando de forma mais harmoniosa, o caminho se abre para que as respostas cheguem mais facilmente e resolvam o problema. Outras habilidades que a serenidade traz à tona ajudam nesse processo. “Quem se preocupa demais com a parte geralmente se esquece de analisar o todo, que pode trazer informações preciosas para a solução. Fugir do problema nos devolve essa capacidade de avaliação”, aponta o psicólogo José Roberto Leite (SP). De acordo com o neurocientista Gilberto Xavier, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, ao desviar o foco, o cérebro desativa o mecanismo que dificulta o acesso à solução. O relaxamento age na desinibição das lembranças e estimula o surgimento das respostas. “Em mais de 90% dos casos, a solução para o problema está dentro do nosso próprio repertório de conhecimento. É preciso apenas resgatar as experiências anteriores, usar a criatividade para fazer novas associações e reaplicá-las no contexto atual. E a tranquilidade facilita esse movimento”, diz o neurocientista.

Fonte: Abril

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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