Por Paulo de Vilhena
As estatísticas não são animadoras. Aparentemente, apenas 4% das empresas no mundo sobrevivem por mais de 10 anos e apenas cerca de 2% conseguem ultrapassar a marca de um milhão de dólares em faturamento.
As razões são diversas, mas uma das mais importantes parece ser o fato de que a maioria dos empresários enxerga sua empresa como um substituto para um salário e, portanto, a opera visando apenas isso, tornando-a muito vulnerável a qualquer ameaça. Em outros casos, há uma confusão entre o crescimento da empresa e o aumento das vendas e do número de funcionários.
O crescimento de uma empresa se manifesta de maneira circular e esse círculo não se completa apenas com o aumento das vendas. É necessário planejar a transformação dessas vendas em margem e, por sua vez, essa margem em um fluxo de caixa que será reinvestido no crescimento das vendas. Assim, é necessário buscar um círculo virtuoso.
E nada disso é alcançado, como muitas vezes intuitivamente pensamos, apenas com esforço. O esforço é fundamental, mas não costuma ser o fator diferenciador, pois quase todos os empresários estão dispostos a se esforçarem bastante. Precisamos da força multiplicadora que chamamos alavancagem, que surge da qualidade das escolhas e decisões que o empresário está capacitado a fazer diariamente.
Em outras palavras, os negócios são um esporte intelectual, onde o jogo é vencido com experiência, conhecimento e boas decisões em todas as áreas da empresa. Assim, se o esforço e o comprometimento são considerados como dados adquiridos, a vantagem competitiva virá de saber onde direcionar esse esforço para obter um melhor resultado.
Absolutamente todas as decisões trazem um ganho ou perda de alavancagem na dinâmica empresarial. O processo de crescimento de uma empresa envolve compreender esse fenômeno e buscar alavancagem em cada escolha que o empresário faz. Muitas vezes, até mesmo várias decisões tomadas podem afetar os níveis de alavancagem entre si.

Assim, é mais um processo de leitura, compreensão e ajustes constantes do que a aplicação de algum tipo de metodologia testada e infalível, como muitas vezes nos tentam vender. Na vida e nos negócios, é assim. Se existisse algum método infalível, seria ensinado nas universidades e todos os bons alunos seriam capazes de gerir qualquer empresa no mundo sem grandes dificuldades.
É fundamental desenvolver a capacidade de ler um “cockpit” imaginário em nossas empresas e entender as alavancas que temos à nossa disposição para direcionar nossa organização rumo aos resultados desejados. E isso é um aprendizado para toda a vida!
Portanto, é crucial que os empreendedores desenvolvam a consciência de que, à medida que constroem seus negócios, devem se tornar cada vez menos operadores – isto é, ocupados com as atividades diárias da empresa – e cada vez mais gestores, preocupados em gerar informações e usar esses insights para tomar melhores decisões em suas empresas.
Paulo de Vilhena é especialista em aceleração de resultados empresariais e autor de Alavancagem (DVS Editora)
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