28 de março de 2024

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Em tempos de pandemia, manter a mente sã pode garantir um corpo mais saudável

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Uma forma cada vez mais comum de trabalhar a saúde no Brasil (e em quase todo o mundo) é voltando os olhos para práticas que focam apenas no corpo físico. Desde muito cedo, aprendemos na escola a importância da Educação Física, hoje com mais aulas teóricas que práticas. Desde criança, ouvimos falar o quanto praticar esportes faz bem – o videogame não era adorado como hoje pela maioria das crianças e adolescentes. “O que fazíamos antigamente era brincar de ‘rouba bandeira’, bola e pega pega ou correr de um lado para o outro o dia inteiro na rua. Era energia que não acabava mais”, lembra o médico Jean Rafael, um dos mais renomados palestrantes brasileiros sobre Gerenciamento do Estresse e autor do livro “A Ciência da Gratidão – Como prevenir as doenças da mente e aplicar o gerenciamento de estresse”.

 

Somos conhecidos, ainda, como o “País do futebol”, mas os números mostram que estamos mais para sofá, pipoca e petiscos que para chuteira, uniforme e bate bola, já que somos uma das populações mais sedentárias do mundo, com boa parte das pessoas apresentando sobrepeso e obesidade. “Para piorar ainda mais o quadro, os jovens estão nas estatísticas que mostram uma relação direta entre a falta de cuidados com o corpo e o alto número de complicações de saúde na pandemia que estamos vivendo. A Covid-19 está mostrando o quanto ser jovem e não cuidar da saúde é perigoso. Todos os dias cresce o número de pessoas jovens internadas com a saúde se complicando por conta da pandemia do coronavírus”, afirma Jean.

 

A verdade é que estamos longe de termos os cuidados conhecidos como “ideais” com o corpo físico como boa alimentação, hidratação, atividade física regular e muitos outros. Grande parte dos profissionais da área de Saúde e alguns programas de Governo alertam há tempos para a necessidade de cuidar do corpo como um “templo sagrado que nos permite vivenciar as belezas e alegrias da vida”, segundo Jean. Mas parece que tudo isso tem surtido pouco efeito e as doenças que aumentam os fatores de risco vão ganhando espaço. O que presenciamos são mais hipertensos e diabéticos sendo diagnosticados e em idades cada vez mais precoces.

 

Uma das formas de garantir a saúde do corpo é cuidar da saúde mental. “Falar sobre cuidar da mente para garantir a saúde do corpo ainda soa estranho, mas, nos últimos tempos, a pandemia deu mais força ao assunto. Trabalho com gerenciamento de estresse há um bom tempo e já vivenciei muitos momentos inusitados com relação a isso. Já ouvi gente comparando estresse à calça jeans, dizendo que os dois estão na moda e caem bem. Tem gente que diz que é só tomar uma bebida que o estresse diminui. Já os mais resistentes ao assunto dizem que estresse é frescura. A verdade é que trabalhar com transtornos mentais não é tão simples como parece. Quando paramos para pensar nos casos de depressão e suicídio no mundo, chegar a ser assustador”, afirma Jean.

 

Ao trabalhar com diversos pacientes, ele afirma ter percebido que colocar uma roupa para ir à academia já não tem sido fácil no País, ainda mais colocar uma roupa para meditar ou fazer yoga e relaxamento. “Parece ser um desafio ainda maior em nossa sociedade. Novas metodologias e pesquisas têm surgido para auxiliar nos cuidados com a saúde emocional. O que já se sabe é que a pratica diária de propostas que impactam no gerenciamento do estresse pode mudar o panorama de interação entre a mente e o corpo”, acredita Jean.

 

Entre algumas medidas que o palestrante considera importantes estão:

 

  1. Viver o momento presente. E isso é um verdadeiro desafio, ainda mais nos tempos atuais, em que nossa atenção está muito dispersa. Muitos fatores desfocam nosso estado de concentração, como o celular ou a carga de tarefas que se apresenta no dia a dia. Vivemos em um ritmo frenético e acabamos não percebendo nem as coisas boas e nem algumas pessoas ao nosso redor.

 

  1. Ajustar o modo de pensar. Nossa mente está sempre buscando sempre o futuro e estes pensamentos nos empurram para a ansiedade, que, por sua vez, gera sintomas limitantes. É preciso estar atento ao modo de pensar, ajustando os filmes criados em nossas mentes e mudando os finais derrotistas e trágicos por verdadeiros finais felizes que podem fazer a diferença. Não é negar a realidade, mas ver o que faz sentido e o que não faz. Se é para criar, então, que sejamos mais otimistas.

 

3.Agradecer mais. A reclamação já faz parte do nosso cotidiano, então, preste mais atenção nas possibilidades que a vida oferece e estimule as áreas cerebrais, modificando a química do metabolismo por meio da prática da gratidão. Sabemos que, às vezes, não é fácil agradecer, principalmente, em períodos como o atual, mas vale a pena tentar!

 

Sobre Jean Rafael

O palestrante Jean Rafael é médico cirurgião geral com residência médica pelo Hospital Universitário de Alagoas Professor Alberto Antunes. É professor mestre em ensino na saúde pela Universidade Federal de Alagoas – coordenador da disciplina Saúde, Ciência e Espiritualidade . É pós-graduado em Ensino na Saúde pelo Hospital Sírio Libanês, em Auditoria de Sistemas de Saúde pela Faculdade Estácio de Sá do Rio de Janeiro e em Psicoterapia Transpessoal pelo Núcleo de Expansão da Consciência LUMEM. Possui certificação em Gerenciamento do Stress (ISMA – BR) e é treinador comportamental formado pelo IFT. É autor do Best Seller “A ciência da gratidão – Como prevenir as doenças da mente e aplicar o gerenciamento do estresse” (Literare Books International – 2019).

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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