16 de abril de 2024

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Economia brasileira segue enfraquecida mesmo com queda nas infecções pela Covid-19

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CEIC Leading Indicator, que antecipa dados no ciclo de negócios, foi divulgado nesta semana; confiança na indústria cai pela primeira vez desde abril

 

A atividade econômica do Brasil moderou-se pelo segundo mês consecutivo em agosto de 2021, de acordo com o CEIC Leading Indicator, que antecipa pontos de inflexão do ciclo de negócios, divulgado nesta semana pela CEIC Data, do Grupo ISI Emerging Markets

Segundo o relatório, o indicador não suavizado caiu para 96,6 em agosto, contra 98,1 em julho, mantendo um nível abaixo do patamar de 100. “Esta evolução mostra que a atividade econômica está desacelerando apesar da queda no número diário de infecções pela Covid-19 em todo o país desde o final de julho”, explica o Research Economist para o Brasil, Adriano Morais.

De acordo com Morais, algumas variáveis-chave ajudam a explicar o desempenho recente do CEIC Leading Indicator. A primeira é o índice Ibovespa do mercado acionário, que caiu para 118.781 em agosto, ante 121.801 no final de julho.

“Isto representa o segundo mês consecutivo de queda e uma perda total de 6,3% nos últimos dois meses, o que pode ser atribuído, em parte, às incertezas envolvendo os maiores preços de eletricidade e combustíveis no país, além de menores preços internacionais do minério de ferro”, afirma.

Queda na confiança da indústria

A análise aponta que a confiança na indústria também caiu pela primeira vez desde abril de 2021, caindo 1,4 pp, para 7%, o que, segundo o economista, pode ser explicado pela escassez global de peças e componentes na indústria de transformação e por pressões inflacionárias. Por outro lado, a confiança da indústria da construção segue em expansão, já que o índice de expectativa de compra de insumos recuperou a maior parte de suas perdas em agosto, saltando de 53,8 para 55,9 no mês anterior.

CEIC Data Reprodução

Expectativa de inflação ao consumidor sobe

O indicador de expectativa de inflação ao consumidor subiu pelo sétimo mês consecutivo para seu valor mais alto desde julho de 2017 – 6,9 – uma vez que os brasileiros têm visto um aumento de preços em quase todos os grupos de bens de consumo.

A versão suavizada do CEIC Leading Indicator sugere que o último pico do ciclo de negócios do Brasil aconteceu em janeiro de 2021, e que o país se encontra em uma fase de esfriamento da atividade econômica desde então. O indicador caiu para 97,5 em agosto e agora está firmemente abaixo da tendência de longo prazo de 100, pelo terceiro mês consecutivo.

Este desempenho foi confirmado pela contração de 0,1% do PIB no 2º trimestre de 2021, ante o trimestre anterior, apesar do aumento significativo (12,4%) na base anual devido à baixa base de comparação em 2020.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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