25 de abril de 2024

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Covid-19 e a Gripe espanhola

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CEDOC da Fundação Romi traz informações de como foi a pandemia de 1918 em Santa Bárbara d’Oeste.

Há pouco mais de 100 anos, mais precisamente em 1918, o mundo também enfrentou uma pandemia, a Gripe Espanhola. No acervo do CEDOC da Fundação Romi é possível revisitar o passado, conhecer, aprender e entender como a cidade viveu este período, também conhecido como “Gripe de 1918”, causada pelo vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou milhões de pessoas, atingindo a população mundial.

A preocupação com vírus, os temores relacionados à saúde pública e a sua propagação foram assuntos abordados pela imprensa na época. Entre as mais de 200 mil páginas de jornais que fazem parte do acervo do CEDOC, destaca-se as edições do jornal “A Verdade”, que circulou de 1916 a 1920. Em um artigo publicado na edição de 17 de novembro de 1918, está a notícia “A epidemia”. A matéria destacou que na cidade foram suspensas as aulas das escolas e a prefeitura municipal divulgou por meio de boletins, os conselhos do Serviço Sanitário sobre a doença. Além disso, proibiu as visitas ao cemitério no dia de Finados e ainda: “faça isolar ou hospitalizar todos os passageiros precedentes de outras localidades em que esteja grassando a moléstia, a exemplo do que está fazendo em outras cidades do Estado”.

Antes, na edição do jornal de 27 de outubro de 1918, foi publicado um comunicado do prefeito José Gabriel de Oliveira com o “Conselho ao Povo”. Entre os cuidados indicados pelo prefeito estão: “Evitar aglomerações, principalmente à noite. Não fazer visitas. Tomar cuidados higiênicos com o nariz e a garganta. O doente, aos primeiros sinais, deve ir para a cama, pois, o repouso auxilia a cura e afasta as complicações e contagio. Não deve receber, absolutamente, nenhuma visita”. Ainda nessa edição a página 2 enumerou a forma para evitar a doença como: “Sair o menos possível das suas habitações das 6 horas da tarde às 6 horas da manhã. Não fazer visitas, nem ir a diversões. Adotar apenas a continência militar, deixando de apertar a mão. Lavar as mãos muitas vezes por dia, especialmente quando pegar em objetos vindos da rua, sobretudo o dinheiro”.

“O trabalho de transcrição das Atas da Câmara Municipal de Santa Bárbara, que está sendo realizado pela equipe do CEDOC, já que para leitura desses documentos é necessário familiaridade com a evolução de traçados, tipos e outros instrumentos da escrita, possibilitou acesso a como  prefeito da época, José Gabriel de Oliveira e Souza, conduziu as medidas na cidade para evitar a contaminação”, explica a coordenadora do Centro de Documentação Histórica Sandra Edilene de Souza Barboza.

Na ata de 5 de novembro de 1918, a Câmara Municipal autorizou  o Executivo Municipal “com poderes sufficiente para evitar ou vêr se pode evitar a invasão da alludida epidemia nesta cidade, bem como com a installação de um hospital provisório destinado ao tratamento das pessoas pobres que por eventualidades sejão atacadas da epidemia reinante, adaptando o seguinte projeto de lei, que submette a consideração da Camara: Artigo 1º Fica o prefeito municipal autorisado a despender a quantia necessária com as medidas de precauções necessárias afim de evitar a invasão da grippe neste cidade, e com a installação de um hospital provisório para prestar socorro as pessoas pobres que venham a ser atacadas pela epidemia reinante.

Dispensemos todos o maior cuidado à hygiene individual, à de nossas casas e quintaes, sigamos a risca os conselhos fornecidos pelo Serviço Sanitario que publicamos, usemos de medicamentos de officacia garantida como meios prophylacticos e evitemos em absolutos o constato com as pessoas atacadas de moléstia – e teremos afastado um grande numero de probabilidades de virmos a soffrer a moléstia que, infelizmente, para sempre se manifesta em caracter benigno”.

Os dias atuais, a Pandemia do Coronavírus (Covid-19),  fez com que as autoridades tomassem atitudes que geraram medidas bem semelhantes as praticadas no passado. O Isolamento Social, para que seja contida a curva da proliferação do vírus, fez com que as pessoas estejam em suas casas, evitando sair, somente em casos necessários. “Muita calma e muita hygiene é o que precisamos ter nesta emergência” é como termina o artigo publicado no Jornal A VERDADE de 17 de novembro de 1918, uma medida que valeu para a pandemia de gripe 1918 e que vale também para os dias de hoje.

No acervo online do CEDOC da Fundação Romi é possível consultar os jornais e atas desse período da história, além de mais de centenas de outros documentos sobre a história de Santa Bárbara d’Oeste. Acesse cdoc.fundacaoromi.org.br.

 

Sobre o CEDOC

O Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi é um espaço vivo de preservação da história, que além de resgatar todo o passado histórico de Santa Bárbara d’Oeste e região, atua na guarda, conservação e disponibilização do acervo da Fundação Romi e da Indústrias Romi – com destaque para o acervo do Romi-Isetta. Além de um espaço expositivo vivaz e dinâmico, o CEDOC realiza o projeto de Educação Patrimonial para crianças e adolescentes, realiza o Processamento Técnico de todos os documentos recebidos e ainda recebe exposições e palestras, promove visitas monitoradas e técnicas, oficinas de capacitação e experimentação. O CEDOC está localizado na Avenida João Ometto, 200, Jd. Panambi, em Santa Bárbara d´Oeste. (19) 3499-1558. www.fundacaoromi.org.br/cedoc.

 

Sobre a Fundação Romi

 

Seu legado iniciou em 1957, em Santa Bárbara d’Oeste, pelo casal Américo Emílio Romi e Olímpia Gelli Romi. Tendo como missão promover o desenvolvimento social e humano através da educação e cultura, a Fundação Romi é pioneira na promoção da comunidade regional e na realização de ações sociais, beneficiando mais de 30 mil pessoas, por ano, através de seus dois grandes eixos: Educação e Cultura. Mantenedora do Núcleo de Educação Integrada, sua escola de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, oportuniza a formação integral, autônoma e protagonista de crianças, adolescentes e jovens. Além disso, promove, por meio de seu Centro de Documentação Histórica, projetos de educação patrimonial para crianças do Ensino Fundamental I, para reconhecimento e conhecimento da história local como elemento de cultura e cidadania. Somado a isso, seu Centro de Documentação Histórica também realiza o Processamento Técnico da memória do município para guarda, preservação e disponibilização do acervo à população para consulta e pesquisa. Dentre as unidades da Fundação Romi também está a Estação Cultural de Santa Bárbara d´Oeste que, por meio de oficinas livres, culturais e de formação, projetos de fomento à economia criativa, de elevação do status cultural e de ações socioeducativas atende milhares de pessoas por ano. A Fundação Romi está localizada à Avenida João Ometto, 200, Jd. Panambi, em Santa Bárbara d´Oeste. (19) 3499-1555. www.fundacaoromi.org.br

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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