6 de dezembro de 2024

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Conselhos para renascer com a Páscoa

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Um período muito aguardado para cristãos e judeus é a Páscoa. Apesar de significados teológicos diferentes, é uma época de profunda reflexão e respeito. Neuropsicóloga Leninha Wagner explica que o sentido da data vai muito além do que a tradição já impregnada na sociedade de valorizar o coelho e o chocolate.

Mais uma Páscoa está se aproximando. A palavra, originada do hebreu “pessach”, significa “passagem”. A festa é celebrada por judeus há milhares de anos para comemorar a libertação e êxodo do Egito, após 300 anos de sofrimento como escravos. Porém, tal data carrega também o lado cristão, que celebra a dor, sofrimento, mas comemora a passagem para um lugar melhor, ou seja, um recomeço.

Diante do atual cenário pandêmico e considerando as dores da humanidade, a neuropsicóloga Leninha Wagner é taxativa: “Sempre depois de um período de sofrimento, avaliamos, já com a devida distância do fato ocorrido; e constatamos que é preciso mudar, renascer”.

Além das doutrinas religiosas, Leninha reforça que “podemos nos inspirar na mitologia grega, na lenda de Quiron O Curador Ferido, que passou de Centauro Guerreiro a Curador. Certa vez, em batalha ao lado de seu melhor amigo Hércules, eles mataram o monstro Hidra de Lerna com cabeças envenenadas. Acidentalmente o amigo feriu Quiron na coxa com uma das flechas saturadas de sangue do monstro. Embora imortal, ele não conseguia curar a si mesmo, ficando condenado a viver em sofrimento. Ferido e com um ponto sensível que doía ao ser tocado, reconheceu que possuía uma vulnerabilidade”, detalha.

Leninha Wagner / Foto: Divulgação / MF Press Global

Os ferimentos de Quiron, completa a neuropsicóloga, o transformaram num curador ferido. “Aquele que, por meio de sua própria dor, é capaz de compreender a dor dos outros. Ele representa a parte ferida de cada um, simbolizada por alguma deficiência, limitação ou problema, que o torna benevolente em relação aos que o cercam, pois entende-lhes o sofrimento com compaixão”.

O relato desta história grega se aplica nos dias atuais, onde as famílias precisam se isolar e não podem passar o próximo fim de semana juntos: “Assim somos nós diante da Celebração da Páscoa ainda em plena Pandemia. Reconhecendo que estamos todos feridos, sensíveis, vulneráveis. Que podemos ressurgir da nossa própria dor com o firme propósito de ter relações mais saudáveis, mais recíprocas, mais gentis”, destaca.

Afinal, Leninha ressalta que, “só pode curar quem entende de dor, por carregar sua própria chaga interna. Estamos em busca de um novo e melhor momento. Nossa ambição incessante agora, deve ser em busca de aumentar nosso império interior, dilatar as fronteiras do eu, ampliando o horizonte existencial”.

Diante disso, “quando desfrutamos dos nossos recursos internos, que somente a nós pertence. Oferecemos o nosso melhor ao outro e recebemos o mesmo conteúdo de valor. Aliás, com o passar do tempo, novos caminhos devem ser considerados”, acrescenta a neuropsicóloga.

E como renascer em meio a este cenário tão difícil? Para Leninha Wagner, “Mudar é saudável! Troque as coisas de lugar, repense suas prioridades, valorize quem esteve com você, quem se importou. Faça novos planos, trilhe novos caminhos, e libere espaço para o perdão, e neste lugar plante sementes de bons e novos sentimentos. É tempo de renovação, de ressurreição!

Mova-se, comova-se, envolva-se no sentimento de transformação que essa data proporciona e que esse tempo exige: compaixão e solidariedade”, finaliza.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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