Bloqueio afetivo silencioso interfere nas decisões, relações e na identidade de quem vive em estado de defesa emocional
Mesmo sem entender, milhares de pessoas seguem suas rotinas funcionando no automático, mas sem acessar emoções com profundidade. Essa característica, conhecida como congelamento emocional, vem sendo identificada por psicólogos como uma estratégia inconsciente de defesa psíquica diante de dores antigas não processadas.
O tema, que começa a ganhar atenção no campo da saúde mental, é abordado pelo psicólogo Jair Soares dos Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas ( IBFT ) e doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO), na Argentina. “O congelamento emocional não é a ausência de sentimento, mas sim a sobreposição de tantas camadas de dor e repressão que as emoções deixam de circular.
Uma pessoa sente, mas não consegue acessar o que sente. Vive como se estivesse anestesiada”, explica o psicólogo, que também é criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), abordagem voltada ao tratamento de dores emocionais profundas. Esse bloqueio afetivo pode se instalar de forma gradual e imperceptível, geralmente após vivências marcadas por abandono, negligência, violência emocional ou perdas significativas. “É comum ouvirmos histórias de pessoas que, ainda na infância, precisaram se tornar fortes antes da hora. Essa dificuldade emocional, que serviu como proteção no passado, passou a limitar a vida adulta”, afirma Soares.
A anestesia emocional, segundo Jair Soares , interfere diretamente nas relações interpessoais, na forma de tomar decisões e na construção da própria identidade. Pessoas com esse bloqueio tendem a evitar vínculos profundos, têm dificuldade de se posicionar com clareza e muitas vezes se percebem como espectadores da própria vida. “A lógica inconsciente é simples: se sentir dói, melhor não sentir. Mas essa defesa tem um custo alto. Não apenas protege da dor, mas também impede o acesso ao prazer, à conexão e às complicações”, pontua o psicólogo.
De acordo com estudos da Universidade de Yale, publicados na revista Nature Human Behaviour, o sistema límbico, responsável pelo processamento emocional, apresenta sinais de seleção crônica em indivíduos que passaram por traumas não modificados. A neurociência também aponta que memórias emocionais mal resolvidas podem manter o cérebro em estado de alerta ou bloqueio, dificultando o fluxo emocional espontâneo.
O congelamento emocional não impede apenas o sentimento, ele impacta o corpo. “Muitas pessoas chegam ao consultório com queixas físicas: insônia, tensão muscular, apatia, dores sem causa clínica. São os sintomas que gritam por dentro o que não pôde ser nomeado”, destaca Soares.
No Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 19 milhões de pessoas convivem com transtornos de ansiedade, muitos dos quais relacionados a traumas passados. “Há um perfil funcional, inclusive elogiado socialmente, mas emocionalmente vazio. São pessoas que fazem tudo, mas não se sentem em nada. E isso as adoece”, acrescenta.
O processo terapêutico, especialmente em abordagens que buscam as origens emocionais do sofrimento, é apontado como chave para o chamado “descongelamento” afetivo. A TRG, metodologia desenvolvida por Jair Soares, atua no reprocessamento de vivências marcantes, reorganizando a forma como o sistema emocional responde às memórias. “Não se trata de ensinar a pessoa a sentir, mas de liberar o que ficou congelado lá atrás. Quando isso acontece, os sentimentos voltam a fluir com naturalidade e o corpo responde com mais leveza. É como destravar uma parte que estava interditada”, explica.
Segundo o especialista, o objetivo é tratar o trauma para oferecer novamente ao cérebro uma nova possibilidade de organização afetiva. “A lembrança permanece, mas a dor associada a ela perde o sentido. Isso muda tudo: a forma de se relacionar, de decidir e até de perceber a si mesmo”, completa.
Sobre o IBFT
O Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) é uma instituição educacional dedicada à formação de terapeutas especializados em saúde emocional. Fundado com o propósito de transformar vidas por meio do conhecimento, o IBFT oferece formações em diversas áreas, incluindo a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), uma metodologia desenvolvida para tratar dores emocionais profundas. Com mais de 50 mil terapeutas formados no Brasil e no exterior, o instituto se destaca por sua abordagem prática e eficaz no tratamento de traumas, fobias, depressão, ansiedade e outros transtornos emocionais.
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Sobre Jair Soares
Jair Soares dos Santos é psicólogo, terapeuta, hipnólogo, pesquisador e professor, além de ser o fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT). Criadora da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), sua trajetória é marcada por desafios pessoais que o motivaram a buscar soluções eficazes para o sofrimento emocional. Após enfrentar episódios de depressão e insatisfação com abordagens terapêuticas tradicionais, Jair se dedicou ao desenvolvimento de uma
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