Confira os comentários de 5 especialistas sobre a nova presidência do Senado
Após um processo de escolha tumultuado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito presidente do Senado no último sábado. Este resultado surpreendeu, pois esperava-se que Renan Calheiros (MDB-AL) seria reeleito com alguma facilidade. Nesta toada, o senador alagoano havia sinalizado, inclusive, que era agora favorável à agenda reformista do novo governo. E isto colaborou para pacificar parte das dúvidas do mercado. Durante o processo de votação, três senadores que faziam oposição a Renan Calheiros, Álvaro Dias (Podemos-PR), Simone Tebet (MDB-MS) e Major Olímpio (PSL-SP), retiraram conjuntamente suas candidaturas em favor de Alcolumbre, que também contou com o apoio do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), além do voto declarado do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Por sua vez, o senador amapaense, em seu discurso de posse, sublinhou a importância da agenda de reformas proposta pelo Governo. E as celebrações após a vitória contaram também com a presença do atual ministro-chefe da Casa Civil. “O mercado ficou otimista com isso e o governo acabou ganhando com boa margem, indicando que tem capital para aprovar a Reforma da Previdência”, comenta o Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira. Para o Economista-Chefe da DMI Group, Daniel Xavier, são todos sinais de que as pautas do Executivo tendem a fluir normalmente dentro do Senado sob a presidência de Alcolumbre, respeitando obviamente os trâmites legislativos. “Em resumo, em que pese a surpresa trazida pela vitória do senador amapaense, o ambiente no Senado tende a continuar construtivo para o andamento das reformas. Cabe monitorar, ainda assim, a influência oposicionista de Renan Calheiros sobre parcela do MDB, além da oposição vinda dos partidos de esquerda e centro-esquerda no Senado Federal”, explica Xavier.
“A tendência é que ele como aliado do governo facilite as aprovações futuras. De maneira geral foi uma vitória para o governo”, diz Pedro Coelho Afonso, Economista. Já Daniela Casabona, Sócia-Diretora Da FB Wealth, diz que o resultado de Davi significa uma vitória política para o DEM que além de reeleger Rodrigo Maia tem também 3 ministérios no governo, ao mesmo tempo trazendo ainda a esperança de aprovações das reformas uma vez que ambos já se manifestaram a favor das mesmas. “Se montou agora uma equipe de interesses mais alinhados, sendo assim o mercado também reagiu de forma positiva neste início da semana com a perspectiva que a agenda econômica está ainda mais próxima e tem chance de ocorrer ainda este semestre”, conta Casabona.
“O mercado tende a reagir bem com as eleições dos presidentes da Câmara e do Senado. A reeleição de Rodrigo Maia já estava precificada e foi algo positivo para a pauta de reformas. E no Caso do Davi, mesmo que represente uma certa incógnita para o mercado, acabou significado uma vitória pessoal do Onyx Lorenzoni e do governo Bolsonaro. As perspectivas são favoráveis com essa mesa diretora recém-eleita”, finaliza Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital.