Estabelecer uma relação de confiança e autoridade com a pessoa que cuida do seu filho requer dedicação. Algumas estratégias podem ajudá-la nessa tarefa delicada
Ela trabalha na sua casa, tem como responsabilidade nada menos do que cuidar do seu filho e está ali com a missão de colocar em prática ? bem longe dos seus olhos ? todas as recomendações que você acredita serem as melhores para ele.
Não é preciso ir muito além para entender por que a relação entre os pais e a babá é tão diferente de qualquer outra que envolva patrão e empregado. ?Nela, o emocional e o profissional se misturam a todo momento?, afirma a psicanalista Claudia Rohenkhol, de São Paulo. ?Embora fique tranquila quando encontra alguém em quem confia, dividir os cuidados e o afeto do bebê com uma estranha nem sempre é uma situação confortável para a mãe.? A babá, por sua vez, explica Claudia, também costuma esquentar o drama: como normalmente se afeiçoa à criança, tende a encarar a supervisão da chefe/mãe como desconfiança de seu amor pelo bebê ? e não como uma questão de método de trabalho.
Os pais decidem a rotina do filho
?Por mais que goste da babá e passe muito tempo com ela, a criança não tende a confundi-la com a mãe?, afirma a psicóloga Ceres de Araújo, de São Paulo. ?Embora seja esse um dos grandes receios dos pais, a existência de um vínculo com uma terceira pessoa não interfere na ligação afetiva do filho com eles.? A criança precisa perceber, no entanto, quem está no comando. Mesmo que a babá seja experiente, não deixe a cargo dela a definição da rotina do seu filho. O pequeno não dá muita bola quando você chega? Não se martirize. ?Ele sabe o quanto os pais gostam de receber carinho e negá-lo, muitas vezes, é um recurso inconsciente para atraí-los?, explica Claudia Rohenkhol. Tenha apenas o cuidado de aproveitar bem os momentos em casa.
Aprenda a ler as mensagens do bebê
?A melhor câmera ainda é a própria criança?, afirma Claudia. Alterações bruscas no comportamento, no sono ou na alimentação podem indicar que algo vai mal na relação com a pessoa que fica com ela a maior parte do dia. ?Um bom termômetro é o tempo que a babá leva para conquistá-la?, observa Tânia. ?Se em cinco dias o bebê ainda a rejeita, sugiro que procure outra profissional. ?
Ela foi embora. E agora?
Geralmente subestimada pelos pais, a perda da babá querida é um dos acontecimentos de maior impacto emocional para a criança, que a considera um membro da família e se sente culpada pelo abandono. ?É essencial que se esclareça desde cedo que a babá está ali a serviço, que tem outra família e que, apesar de gostar muito dela, algum dia irá trabalhar em outro lugar?, orienta Claudia. Mesmo que seja um momento difícil para ambas, é importante também que a babá se despeça da criança
Na hora da seleção
Investir tempo na entrevista com as candidatas aumenta as chances de encontrar uma boa profissional
· Faça perguntas que exijam uma resposta detalhada. Em vez de: ?Você gosta de crianças??, pergunte: ?Por que escolheu trabalhar com crianças??
· Cheque referências, mesmo que contrate por uma agência.
· Informe-se sobre a formação e a experiência dela, mas o mais importante é observar se a babá demonstra afeto pela criança e sabe aceitar instruções.
· A babá tem os mesmos direitos trabalhistas de uma empregada doméstica. Registrá-la é obrigatório e reforça a relação profissional.
FOnte: MDM