26 de abril de 2024

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CEDOC da Fundação Romi lança coluna DECIFRE

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CEDOC da Fundação Romi lança desafio aos internautas

Ao longo da história, a escrita sofreu uma série de alterações e os documentos manuscritos refletem isso, pois, apresentam a grafia cheia de abreviaturas, letras subscritas, além de palavras em desuso, arcaicas e nomes abreviados. Inspirados no trabalho de transcrição de documentos do século XIX, só nas últimas duas semanas foram mais de 300 atas, o Centro de Documentação Histórica – CEDOC da Fundação Romi cria a coluna DECIFRE, que convida os internautas, que acompanham as mídias sociais, a descobrirem o que está escrito na palavra grifada de cada imagem.

A proposta  visa a interação com o público, além de trazer informações e curiosidades do trabalho que vem sendo realizado pela equipe do CEDOC. “Um exemplo de palavra arcaica é BEXIGA nome usado naquela época para designar a VARÍOLA.  São comumente utilizada a grafia Sñ para senhor, Vigro Vigário para, Festros para Festeiros, Joaqm para Joaquim, Olivra para Oliveira e Ignco para Inácio”, conta a coordenadora do CEDOC Sandra Edliene de Souza Barboza. Com as postagens, os internautas poderão acessar ao documentos originais, disponíveis no site do Centro de Documentação Histórica.

Durante o trabalho a equipe do CEDOC tem encontrado informações interessantes que contribuem para o entendimento do passado da cidade, como o documento datado de  26/02/1881, presente no livro de tombo da Igreja Matriz Santa Bárbara que traz a informação da construção de uma capela em louvor a São Sebastião: “Fazemos saber que attendendo ao que Nos representou os Mesarios da Irmandade de São Sebastião de Santa Bárbara, dete Bispado. Avemos por bem, pela presende conceder facultade, para que em dita Parochia, no logar entre as ruas do Cruzeiro e de Santa Bárbara, se possa erigir e fundar uma Capella sob a invocação de São Sebatião, com tanto que seja em lugar alto, livre de humidade, desviando quanto possivel de lugares immundos e de casa particulares e que tenha ambito em roda para ondores procissões, sendo o lucar para tal fundação desigmado pelo respectivo Parocho”.

Essa capela foi construída no final do século XIX e demolida no começo do século XX, período em que era conhecido como Largo São Sebastião. Algumas décadas depois nesse local foi construído o Paço Municipal, depois Biblioteca Municipal e em breve abrigará o Centro de Memória.

Os documentos manuscritos referentes às Atas da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste trazem informações de como era viver  na cidade no século XIX. Em 22 de abril de 1881, foi indicado pelo vereador Galvão “que se officiace autoridade policial chamando athençaõ sobre as casas de negocio conservarem abertas depois do toque de recolhida e as mesmas proibidas tendo avido algazarrase e varias e assim tambem jogos proibidos pelos negócios e ruas foi approvado”. Era um tempo em que na cidade havia o “toque de recolher”, isto é, todos os moradores deveriam ficar em casa e os comercios fechados.

A leitura das atas mostra as questões com que os vereadores se preocupavam como a cobrança de impostos, o traçado das ruas e praças, a construção e manutenção das estradas, entre outros. A conservação de prédios da Vila de Santa Bárbara sempre aparece nas atas dos vereadores como na de 29 de outubro de 1882, onde os vereadores decidiram “que a Camara mandasse carpir o pateo da Matriz desta villa posto em votação foi aprovado”.

Os vereadores decidiam sobre a regulamentação da cobrança de imposto municipais. Seguem alguns mais inusitados discutidos na reunião de 05 de Janeiro de 1893:

“§1º Para ter casa de fazendas e roupa feita 25$000;

§2º Pe cada armazem de generos secos e molhados 15$000;

§3º Para vender louça, objetos de vidros e cristaes pagarão 10$000;

§5º Para ter casa de barbeiro e cabelleiro 5$000;

§7º De cada carro de carroça de paradas que conduzirem qualquer genero somente a frete 12$000;

§8º De cada carro de carroça de 4 rodas, pertencentes a lavradores que conduzem seos generos e a frete  pagarão 8$000;

§10º Para casa de bilhar por cada um 20$000.”

Na ata de 19 de março de 1894, o vereador José Gabriel de Oliveira indicou um “louvor ao grande patriota brasileiro, o Marechal Floriano Peixoto e a todos que concorrerão com sua bravura para salvar a republica e a Patria Brasileira”. Essa referência é sobre a Segunda Revolta Armada, um marco na história do Brasil Republicano.

“O trabalho de transcrição das Atas da Câmara Municipal de Santa Bárbara, que está sendo realizado pela equipe do CEDOC, já que para leitura desses documentos é necessário familiaridade com a evolução de traçados, tipos e outros instrumentos da escrita, continuará. Estes documentos nos trazem um panorama da Vila de Santa Bárbara quando as ruas não tinham calçamento, não havia água encanada, nem energia elétrica e nem automóveis e os veículos que rodavam eram as carroças”, finaliza Sandra.

Sobre o CEDOC

O Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi é um espaço vivo de preservação da história, que além de resgatar todo o passado histórico de Santa Bárbara d’Oeste e região, atua na guarda, conservação e disponibilização do acervo da Fundação Romi e da Indústrias Romi – com destaque para o acervo do Romi-Isetta. Além de um espaço expositivo vivaz e dinâmico, o CEDOC realiza o projeto de Educação Patrimonial para crianças e adolescentes, realiza o Processamento Técnico de todos os documentos recebidos e ainda recebe exposições e palestras, promove visitas monitoradas e técnicas, oficinas de capacitação e experimentação. O CEDOC está localizado na Avenida João Ometto, 200, Jd. Panambi, em Santa Bárbara d´Oeste. (19) 3499-1558. www.fundacaoromi.org.br/cedoc.

Sobre a Fundação Romi

Seu legado iniciou em 1957, em Santa Bárbara d’Oeste, pelo casal Américo Emílio Romi e Olímpia Gelli Romi. Tendo como missão promover o desenvolvimento social e humano através da educação e cultura, a Fundação Romi é pioneira na promoção da comunidade regional e na realização de ações sociais, beneficiando mais de 30 mil pessoas, por ano, através de seus dois grandes eixos: Educação e Cultura. Mantenedora do Núcleo de Educação Integrada, sua escola de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, oportuniza a formação integral, autônoma e protagonista de crianças, adolescentes e jovens. Além disso, promove, por meio de seu Centro de Documentação Histórica, projetos de educação patrimonial para crianças do Ensino Fundamental I, para reconhecimento e conhecimento da história local como elemento de cultura e cidadania. Somado a isso, seu Centro de Documentação Histórica também realiza o Processamento Técnico da memória do município para guarda, preservação e disponibilização do acervo à população para consulta e pesquisa. Dentre as unidades da Fundação Romi também está a Estação Cultural de Santa Bárbara d´Oeste que, por meio de oficinas livres, culturais e de formação, projetos de fomento à economia criativa, de elevação do status cultural e de ações socioeducativas atende milhares de pessoas por ano. A Fundação Romi está localizada à Avenida João Ometto, 200, Jd. Panambi, em Santa Bárbara d´Oeste. (19) 3499-1555. www.fundacaoromi.org.br.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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