Por Dennis Moraes
A nova configuração da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste, que entrará em vigor em 2025, é, no mínimo, preocupante. Observando os resultados das eleições de 2024 e o perfil dos novos vereadores, é difícil esperar que o próximo Legislativo barbarense cumpra o papel de fiscalização e oposição independente. A vitória esmagadora da base do atual prefeito, Rafael Piovezan, coloca em dúvida a autonomia do Legislativo e sua capacidade de contrapor decisões e fiscalizar com firmeza o Executivo.
Com o apoio de uma ampla base de candidatos, Piovezan não só garantiu a vitória dos seus apoiadores na Câmara como consolidou um controle sobre o Legislativo que deve perdurar durante toda a próxima legislatura. Esse cenário reforça a tendência de que o futuro presidente da Câmara e sua mesa diretora sejam aliados diretos do prefeito, estabelecendo uma composição monolítica, sem espaço para uma oposição de “sangue” e sem as tensões necessárias para um Legislativo verdadeiramente ativo.
É verdade que podem surgir debates mais acalorados, permeados por ideologias e convicções pessoais. No entanto, na hora de decisões críticas, a previsível obediência dos vereadores à linha governista enfraquecerá o potencial de resistência e discussão. Sem uma oposição efetiva, o Legislativo corre o risco de se tornar um espaço de validação, em vez de uma arena de deliberação democrática.
A realidade do Legislativo de 2025 em Santa Bárbara d’Oeste deve ser uma repetição do que muitos criticam e poucos se empenham em mudar: projetos pouco impactantes, fiscalizações superficiais e, claro, as famosas moções de aplauso, que têm um grande apelo popular. Tudo isso reflete uma sociedade que, em sua maioria, escolhe ser governada sem questionar.
Em uma democracia, o desinteresse político da população resulta na ascensão de lideranças que não necessariamente refletem o melhor para o coletivo. A famosa frase “Se você não gosta de política, será governado por quem gosta” faz todo o sentido quando olhamos para Santa Bárbara d’Oeste e percebemos que, enquanto a população se mantiver passiva, o poder continuará nas mãos daqueles que se beneficiam dessa apatia.
Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br
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