28 de março de 2024

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Aumenta consumo de medicamentos por conta própria no Brasil

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Professora e pesquisadora de Lorena alerta para riscos dos medicamentos de prevenção/ complicações do COVID 19

 

A medicação por conta própria já pode ser considerada um problema de saúde púbica no Brasil. No ano passado, uma pesquisa feita pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) por meio do instituto Datafolha apontou que quase metade (47%) dos entrevistados, se automedica pelo menos uma vez por mês, e 25% faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana.

Tanto que os Conselhos de Farmácia lançaram no inicio do último mês de maio, uma campanha sobre a importância do uso racional de medicamentos para a proteção à saúde, alertando para um crescimento ainda maior em virtude da epidemia mundial da Covid 19.

Segundo a professora das faculdades Serra Dourada de Lorena, a mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo, Ana Carolina da Silva Antunes de Carvalho, a automedicação no Brasil assume números alarmantes.

“Já era um número muito alto. Após a epidemia da Covid 19, o medo de contaminação tem acirrado a corrida às farmácias para procura dos remédios considerados eficazes na prevenção ou no combate à doença”, afirma a professora.

Ela, que também graduada em biotecnologia, alerta para os riscos dos efeitos colaterais dos medicamentos sem prescrição médica, desabastecimento o setor farmacêutico local para pessoas com doenças crônicas, e até o desenvolvimento de novas patologias em decorrência do uso indiscriminado dos fármacos.

“Por conta do alto número de casos, muito culminando com óbitos, as pessoas se alarmaram. Pesquisadores, cientistas e profissionais de todo o mundo tem focado sua energia em busca de uma resposta rápida para a pandemia. Além do desenvolvimento de vacinas, pesquisas globais buscam tratamentos eficientes contra o Sars Cov 2. Mas, enquanto não houver respostas concretas, qualquer ingestão medicamentosa sem o acompanhamento médico pode complicar ainda mais o quadro do doente, e até de pessoas saudáveis”, alerta Carolina.

 

Fármacos já conhecidos ampliam a “confiança” da utilização medicamentosa sem receita

Ana Carolina chama a atenção para as abordagens atuais usadas para controlar sintomas, prevenir infecções e tentar controlar o avanço da doença com fármacos já conhecidos e usados para outras doenças:

Dexametasona – corticoides aliviar inflamações e tratar doenças de ação imunossupressores como artrite, alergias, asma, etc. A Universidade de Oxford aponta resultados interessantes sobre a redução de incidência de mortes. No entanto, sua utilização não passou por uma fase importante da pesquisa.

Hidroxicloroquina e cloroquina – Ambas a substâncias tão discutidas, são de formulações diferentes, com benefícios químicos as parecidos. A hidroxicloroquina é considerada um pouco mais segura com menos efeitos colaterais. Mas é preciso alertar que esse medicamento é de uso controlado e tem efeito imunomodulador, ou seja, aumenta a resposta contra determinados microorganismos. “É usada para tratar doenças autoimunes como lúpus, artrite reumatoide e ate a malária. Embora haja muito debate e esperança, sua eficácia não é confirmada. Enquanto alguns testes indiquem melhora de alguns pacientes, em outros os resultados não fazem diferença”, reflete a professora.

Azitromicina –  Trata-se de um antibiótico com efeito antibacteriano, usado para combater doenças do sistema respiratório. Em testes para o combate da Covid, o medicamento é usado combinada com a hidroxicloroquina , e ainda espera comprovação de sua eficácia.

Heparina – De acordo com estudos da UNIFESP, além de ser eficiente para evitar quadro de coagulação que tem sido observado em pacientes com a doença uma sutil redução da invasão do vírus. Em testes de laboratório realizado com células renais de uma espécie de macaco, a heparina reduziu em 70% a invasão das células pelo coronavirus, explica a professora. No entanto, esse estudo ainda é preliminar e não passou por testes, que é uma fase importante da pesquisa cientifica.

Invermectina – A “pílula mágica da vez”, explica Ana Carolina, ainda é discutível. Segundo ela, um estudo realizado in vitru mostrou que a capacidade da droga em reduzir a replicação do vírus existe. Porém, a grande dificuldade está em repetir esses resultados no estudo ‘in vivo’. “A concentração de invermectina suficiente para inibir o Sars Cov 2 é 17 vezes maior que a dose máxima permitida para humanos”, alerta.

As pesquisas costuma focar em resultados mais conclusivos, explica a professora, mas até o momento não há resultados conclusivos.

“A automedicação, muitas vezes, é vista como uma solução para o alivio imediato para os sintomas, mas pode trazer consequências mais graves do que se imagina. A medicação por conta própria é um problema de saúde publica não só no Brasil, mas no mundo”, enfatiza.

Para exemplificar, ela cita que: a dexametasona apresenta efeitos colaterais como o retardo na cicatrização euforia, insuficiência cardíaca, imunossunpressão, entre outros. A hidroxicloroquina tem como efeitos colaterais: cefaléa, tontura, hipoglicemia, alterações de funções hepáticas, choque cardiovascular; a azitromicina pode provocar náusea, vômito, ansiedade, arritmia. Já a  heparina pode provocar hemorragia, febre medicamentosa, asma brônquica e a invermectina diarreia, náusea sonolência.

“Antes de tomar uma decisão, é necessário que se analise o todo e, então considerar o que é positivo e negativo do medicamento. Ainda é preciso considerar que muita gente precisa desses medicamentos para doenças crônicas, e eles não podem faltar nos estabelecimentos de venda”, encerrou.

O melhor tratamento deve ser recomendado por um médico e a prevenção ainda está baseada nos cuidados de higienização frequente das mãos, ambientes, dormitórios e uso de máscaras.

 

 

Ana Carolina da Silva Antunes de Carvalho é professora das faculdades Serra Dourada em Lorena, É Mestra em Ciências pela Universidade de São Paulo – USP, Pós Graduada em Biotecnologia pela UFLA, Formada pela UNITAU em Licenciatura na área de Ciências Biológicas.

Na unidade Serra Dourada Lorena (SP), estão disponíveis 8 cursos,. São eles Administração, Biomedicina, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Nutrição e Gastronomia.

Mais informações sobre a instituição no site https://lorena.faculdadeserradourada.com.br/.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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