Para os especialistas da Biointegral Saúde, não existe uma mãe que não seja, vez ou outra, atormentada pela culpa. Seja por imposição social ou por crenças muito fortes ligadas à maternidade, o fato é que a culpa pode tomar proporções maiores do que o normal e causar danos profundos na alma e no corpo.
Responda rapidamente: toda mãe é culpada? Você pode ter ficado surpreso com a pergunta, mas a verdade é que a resposta pode ser geral: toda mãe se sente culpada e, às vezes, com uma frequência inacreditável. Como seres humanos, desejamos a perfeição. Normalmente, já nos cobramos muito: produtividade, agilidade, resultados, bons relacionamentos. Mas, quando falamos de mães, esse leque se amplia absurdamente. Não há um só dia em que uma mãe não tenha que tomar uma atitude nova, maternidade é desafio. E, junto com as incertezas, vem a culpa.
Para Fresia Sa, fisioterapeuta especialista em Microfisioterapia, uma técnica que busca no corpo as memórias celulares de situações ou fatores traumáticos em nossa vida, e que “ensina” o corpo a eliminar essas memórias, existem inúmeros fatores que levam à premissa da culpa: “além do desejo de perfeição, inerente ao ser humano, ainda temos o julgamento constante da sociedade, por exemplo. Observe: ou uma mãe se doa demais, ou negligencia o filho, ou mima ou é muito dura, tudo é sempre culpa da mãe”. Em uma sociedade que impõe seu foco (tantas vezes negativo) na maternidade, como administrar sentimentos, como não aderir à culpa?
“O grande problema, explica Fresia, é que a culpa adoece. Sentir-se constantemente devendo algo, sempre em foco, sempre em xeque, gera um estresse interminável que pode provocar toda série de mal-estar, de um sono ruim a crises de enxaqueca; de dores articulares a dificuldades de concentração (como se mãe já não tivesse tarefas suficientes pedindo sua atenção ao mesmo tempo). E uma mãe doente, acredite, se cobra em dobro. Ou mais”, enfatiza a especialista.
Então, qual é a saída?
Fresia e seu sócio, Sergio Bastos Jr, também especialista em Microfisioterapia, explicam: “como muitas vezes essa culpa e suas causas não são conscientes, o primeiro passo ao se sentir mal é descobrir se aqueça dor ou um estado de estresse constante podem ser causados por um agente emocional. Se tem relação com o passado, com algum evento específico. E trabalhar para eliminar memórias e crenças que possam avalizar a culpa já imposta pela sociedade”.
“A culpa não precisa mais ser inerente à maternidade”, lembra Fresia. Gerar um filho e se dedicar à formação de um novo ser humano já é tarefa complexa o bastante. Depois de tratar a si mesma e se livrar de problemas emocionais, cabe a cada mãe uma tarefa cada dia mais urgente: se conectar a pessoas que a ajudem. Como diz o provérbio africano que ficou muito conhecido com o documentário O Começo da Vida: “é preciso uma aldeia para educar uma criança”. Talvez ele seja menos dolorido do que a famosa frase “quem pariu Moisés que o embale”. Vale lembrar: cada cabeça é uma sentença, só não vale ficar refém da culpa.
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