26 de abril de 2024

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Aposentadoria antes dos 50 anos: mito ou realidade

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Agora que o futuro das pensões está em perigo, o “Movimento FOGO” garante que é possível aposentar-se antes dos 50 anos (mesmo antes dos 40 anos), mudando apenas o estilo de vida.

Se voltarmos ao passado, o trabalho tinha resolvido a questão das pensões porque isso era pago à Segurança Social. Esta pensão de reforma garantiu a independência financeira na altura em que atingimos a idade de ouro. E assim tem sido.

Além disso, quando a crise atingiu o auge do estrangulamento financeiro, não poucos se refugiaram nas pensões de seus antepassados, até mesmo tirando-os de suas residências para enfrentar seus piores momentos econômicos.

O facto é que as pensões cumpriram a sua missão milimetricamente, como se fosse um relógio suíço. Pelo contrário, o futuro não é tão lisonjeiro: continuará a haver pensões, sem dúvida, mas os montantes a receber serão reduzidos para limites insuspeitos.

Com este panorama desolador, temperado pelas piores previsões dos gurus econômicos, as próximas gerações vão ver-nos trabalhar até aos 75 anos para receber uma pensão ridícula, que não cobrirá sequer as nossas necessidades econômicas mais essenciais. Então é preciso ter
idéias para renda passiva.

Movimento FIRE: Tudo o que precisa saber

No meio deste contexto, e quando parece que o futuro das pensões é mais complicado, surge o “Movimento FIRE” (Independência Financeira e Reforma Antecipada).

Sem parar de ganhar seguidores em todo o mundo vem com novas ideias para resolver o nosso futuro financeiro.

O movimento surge numa altura em que o consumismo está mais enraizado entre a população, incentivando os jovens a poupar para deixar de trabalhar, apostando na austeridade e na geração de rendimentos passivos (aqueles que não requerem uma presença física ou acção directa) com o objectivo último de alcançar a independência financeira.

O termo FIRE foi cunhado pela primeira vez pelo engenheiro canadense Peter Adeney em seu blog “Mr. Money Mustache”, quando ele explicou como ele poderia parar de trabalhar reduzindo suas despesas em 75%.

Segundo a revista Global Finance, o Brasil é um dos países do mundo que menos salva: só o Japão, a Dinamarca e a Finlândia nos superam.

Os seguidores deste movimento não concebem que temos esse registro, aplicando com um perfil salvador e redesenhando seu modo de vida com a ideia de trabalhar até os 50 anos de idade, depois viver sua liberdade financeira e desfrutar da vida ignorando a utilidade do que é puramente material que consideram irrelevante.

As principais ideias do “Movimento FOGO” são: economizar pelo menos 50% da renda contra o consumismo; controlar exaustivamente os gastos supérfluos; durante a vida laboral ter obtido bens com o único propósito de obter renda passiva; comprar de forma inteligente; monetizar habilidades inatas levando ao máximo a ideia de que o que posso fazer não preciso que ninguém o faça por mim.

Seguir todas as propostas deste movimento é aceitar um estilo de vida totalmente contrário ao da maioria das pessoas que têm uma filosofia de vida muito diferente.

O que a maioria das pessoas faz é possuir tudo e utilizá-lo; pelo contrário, possuem-no e utilizam-no, mas também o disponibilizam para que outros o utilizem e, em troca, compensam-no economicamente pelo seu usufruto.

Qual o principal objetivo deste movimento?

Seu objetivo final é viver a vida da melhor forma possível, mas sem a necessidade de gastar muito dinheiro, assumindo como seu lema que “não é rentável viver miseravelmente durante o tempo que você está trabalhando e, em seguida, para viver miseravelmente durante o tempo que você não está trabalhando”.

A realidade indiscutível é que os salários atuais dos jovens são bastante baixos, porém, os FIRE’s não dão muita importância a este fato porque asseguram que qualquer um possa obtê-lo.

Eles dão um exemplo para mostrar que não são necessários grandes rendimentos: se o estilo de vida de uma pessoa que ganha um milhão de euros exige gastar uma quantia semelhante.

Ele nunca vai conseguir independência financeira, o que ele está conseguindo é o que é coloquialmente chamado “a raça do rato” (você trabalha para ter dinheiro, que serve para pagar o consumismo; uma vez que você paga tudo, a quantidade restante é zero, então você tem que voltar ao trabalho para ter dinheiro novamente).

Assim, não se trata de quantidades, trata-se de aprender a viver com o necessário.

Uma vez dado o passo da poupança, vem o segundo passo: o investimento dessa poupança. Se a poupança fosse paralisada, a inflação diminuiria pouco a pouco a quantidade, tendo cada vez menos poder aquisitivo.

Isto é resolvido através da obtenção do referido rendimento passivo através do investimento em activos. Logicamente, o investimento em poupança implica uma série de dificuldades que serão amplamente corrigidas através de uma formação financeira adequada.

Em suma, a proposta é muito fácil: metade do salário é economizado e investido para que o juro composto funcione; aos 50 anos, com a renda passiva, adquire-se a independência financeira sonhada.

Mito ou realidade, o fato é que há mais e mais seguidores deste movimento. Outra coisa é que alcancem o objectivo da mesma forma que outros o alcançaram (e eu sei disso) graças à austeridade, para saberem investir e cumprirem bem os seus deveres econômicos.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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