26 de abril de 2024

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Apenas 31,3% dos empreendedores são mulheres

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A pandemia, em maior ou menor medida afetou a todos os setores da sociedade, as mulheres empreendedoras, não só viram uma redução do seu capital, mas também um retrocesso nas conquistas que tinham adquirido nos últimos anos.

 

Muitas mulheres empreendedoras tiveram que deixar suas atividades formalmente, inclusive aquelas com um negócio sólido, para se dedicar à família ou porque as medidas de isolamento impediram que pudessem continuar.

 

Como consequência, apenas 3 de cada 10 pessoas que possuem empreendimentos já estáveis são mulheres. O lado positivo, apesar da baixa qualificação, é que 5 de cada 10 novos empreendedores são mulheres. 

 

Como está o cenário do empreendedorismo no Brasil?

 

No âmbito nacional, 1.392.758 novas empresas foram abertas no primeiro quadrimestre deste ano, 17,3% a mais que nos últimos meses de 2020, de acordo com o Boletim do 1° quadrimestre de 2021 do Mapa de Empresas.

 

Ao mesmo tempo que se produzia o aumento na abertura de empresas, também se verificava um aumento de 22,9% no fechamento de empresas em relação ao último quadrimestre do ano passado, em números exatos 437.787 empresas fecharam suas portas.

 

Com o saldo positivo entre as que abriram e as que fecharam, o total de empresas ativas até final de abril (matrizes, filiais e MEI) somavam 17.173.284. 81,4% das empresas se desempenham no setor terciário da economia, com atividades relacionadas ao comércio (33,4%) ou à prestação de serviços (48%).

                                      Gráfico: empresas ativas e distribuição por setores

Em 2019 os empreendedores que estavam criando seus negócios ou que já tinham empreendimentos com menos de 3,5 anos eram 50% homens e 50% mulheres. Com a pandemia e todo o ocorrido durante o ano de 2020, se registrou uma forte saída das mulheres do panorama formal, atualmente 54,1% dos empreendedores são homens e 45,9% mulheres.

 

Empreendedorismo no Brasil em relação ao mundo

 

Apesar do saldo positivo na criação de empresas, não podemos deixar de considerar que houve uma queda de 18% da taxa de empreendedorismo inicial no país, que passou de 38,7% em 2019 para 31,6% em 2020, menor percentual desde o ano 2013.

 

Como consequência dessa mudança, o Brasil passou da 4° posição para a 7° (23,4%) no que se refere a iniciativa empreendedora, ficando atrás de

Colômbia (31,1%), Chile (25,9%) e outros países que participaram da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM 2020), que mede a taxa de empreendedorismo no mundo.

 

Também foi grande a queda se considerarmos o percentual de empreendedores estabelecidos, isto é, que possuem negócios há mais de três anos e meio. Passou da 2° posição em 2019 para a 13° (8,7%) este ano, entre os 46 países que participaram da pesquisa.

 

Empreendedorismo feminino

 

Além das comparações entre países, a pesquisa GEM, realizada aqui no país pela parceria entre o Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), faz algumas análises sobre o perfil dos empreendedores brasileiros (idade, sexo, nível de instrução, etc.).

 

Além de mostrar que nem 46% das empreendedoras são mulheres, a pesquisa também evidenciou a forte queda da participação de empreendedoras mulheres com experiência no mercado, que por diversos motivos tiveram que abandonar seus negócios durante o ano passado. Como consequência, entre os empreendedores estabelecidos, apenas 31,3% é do sexo feminino. 

 

 

Gráfico: Mulheres no empreendedorismo, percentual de empreendedoras estabelecidas e novas.

 

Mas, de outro lado, também houve um aumento da participação de mulheres com pouca ou nenhuma experiência que iniciaram seus negócios nos últimos meses de 2020. Atualmente 55,5% das pessoas que recém estão começando um empreendimento são mulheres.

 

Muitas iniciam um negócio próprio pela necessidade de complementar a renda da família ou até sustentála. Outras estão procurando superar alguns desafios aos que se enfrentam no mercado laboral: receber um salário de acordo com suas capacidades de gerar valor; evitar assédio ou o preconceito que pode sofrer em outras empresas, e ter maior flexibilidade, principalmente aquelas que são mães, que de acordo a Rede Mulher Empreendedora (RME) 53% das mulheres empreendedoras possuem filhos e precisam conciliar muitas atividades.

Estes fatores tornam necessários o surgimento de novos programas voltados a incentivar a inserção das mulheres novamente neste setor e a promover seu desenvolvimento como empresárias.

 

Um importante programa é o DELAS, promovido pelo Sebrae e que está obtendo consideráveis resultados. As ações do programa procuram desenvolver habilidades técnicas e competências socioeconômicas para que as empreendedoras aumentem sua qualificação. Para isso divulga conteúdo relevante e confiável (sobre macroeconomia, gestão, mercado e setores específicos) e promove eventos onde as empreendedoras podem divulgar seus trabalhos e produtos e também aumentar suas conexões de negócio.

 

O Instituto Rede Mulher Empreendedora oferece muitos serviços e conteúdo para as mulheres que procuram superar suas dificuldades, aumentar sua renda ou que procuram alcançar sua liberdade financeira possam se desenvolver da melhor forma.

 

 

 

 

Fontes: Banco Mundial, Governo Federal, GEM, UC Sebrae, Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), Instituto Rede Mulher Empreendedora (RME), UGS e scholar.google

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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