28 de março de 2024

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André Mendes abre exposição individual em Paris

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Em fase artística consistente, o brasileiro faz sua primeira individual em Paris num claustro medieval e propõe diálogo da arte contemporânea com a história

A primeira exposic?a?o individual do artista brasileiro Andre? Mendes em Paris *abre as portas ao público no dia 23 de junho.  Num processo de apropriac?a?o do espac?o, o artista analisa a arquitetura e cria situações de dialogo, tensão e troca entre suas obras e os 300 metros quadrados de área expositiva do Centro Cultural Cloi?tre des Billettes (CCCB), claustro localizado na região do Marais, no corac?a?o de Paris.

Pinturas, esculturas e objetos resultarão em uma instalação no monumento histo?rico france?s datado do se?culo 14, direcionando o olhar do espectador para o contraste entre passado e presente. O Cloître des Billetes, a partir da intervenção de André Mendes, transforma-se numa ode a? diversidade e ao processo criativo humano.

A mostra traz a aplicac?a?o de materiais inusitados, pesquisados em campo no Brasil e tambe?m na Franc?a. A exposição propo?e aos visitantes uma experie?ncia pessoal, à medida em que estimula a reflexa?o sobre as formas, a arquitetura e a maneira com que eles se relacionam.

A releitura de formas e func?o?es gera experimentos e influencia positivamente o dia?logo entre o passado e o presente. “Esta mostra sugere um profundo debate com a nossa pro?pria histo?ria, desmistificando sensac?o?es visuais que se acumulam e sugerindo o retorno a? esse?ncia de nosso ser, a? compreensa?o da riqueza de nossa diversidade”, explica o curador Ricardo Fernandes.

“A primeira exposição do artista André Mendes em Paris, se dará de forma bem original e contará com a presença do artista que gradativamente estará construindo algumas obras “in loco” e dando aos visitantes a sensação de estarem dentro do atelier do artista.  Os 300m2 do único claustro medieval da cidade de Paris, ocupados temporariamente pelo artista, obedecerão o diálogo proposto do público com a arte e o seu criador.  Os materiais diversos, muitos trazidos do Brasil e outros captados em pesquisa de materiais que ocorrerão em Paris anterior ao início da exposição, serão as ferramentas do trabalho do artista e mostrarão a força da criação contemporânea em relação ao espaço medieval que a acolhe”, conclui Fernandes.

O artista

Nascido em Curitiba, André Mendes atua como artista plástico a mais de 18 anos. Em 2006, fez sua primeira exposic?a?o individual internacional na cidade do Porto – Portugal. O artista tem em seu curri?culo diversas exposic?o?es nacionais e internacionais, dentre elas, exposic?o?es em Cingapura e Banguecoque na Taila?ndia, ale?m de ter participado de exposic?o?es coletivas na Mala?sia e na Franc?a.

Atualmente Andre? Mendes vive e trabalha em Curitiba, onde sua pesquisa e produc?a?o sa?o voltadas para a pintura e escultura em te?cnica mista. O artista se interessa pela materialidade da cor e seu comportamento como fluido. O acaso se manifesta em seu trabalho e transborda tambe?m para as outras superfi?cies do mundo ao redor – esculto?rico e arquiteto?nico.

O curador

Ha? mais de 25 anos Ricardo Fernandes vem construindo uma carreira internacional respeitada, atuando como expert em arte contempora?nea e design, galerista, curador, ceno?grafo e cri?tico de arte. Viveu na Alemanha, Sui?c?a e Dinamarca e desde 2007 e? radicado em Paris, onde dirige sua galeria de arte contempora?nea, que funciona tambe?m como um centro gerador de informac?o?es e discusso?es sobre todos os temas relacionados com a arte contempora?nea. Ricardo e? arquiteto de interiores e jornalista de arte, membro da Associac?a?o Internacional de Cri?ticos de Arte (AICA), membro da Associac?a?o de Historiadores de Arte de Londres, (AAH), membro da Associac?a?o de Curadores de Nova York (AAMC), ale?m de fazer parte da Associac?a?o dos Amigos do Palais de Tokyo, em Paris.

O espaço

“Poucos sabem que no número 24 da Rue des Archives fica não apenas o mais antigo claustro preservado de Paris, mas também um destino famoso para peregrinações cristãs no final da Idade Média”, conta o pesquisador de história da arte Marc Soleranski. Não existe placa explicativa para lembrar que a igreja e o claustro tiveram para peregrinos cristãos importância equivalente a Lourdes, Fátima ou Santiago de Compostela. Completamente destruída durante a Revolução Francesa, a propriedade foi reconstruída em 1758 em seu atual estilo barroco. O convento e o claustro foram vendidos como propriedade nacional em 1793. Em 1808, a cidade de Paris comprou a propriedade e a doou aos luteranos que a ocupam até hoje.

Datado de 1427, o claustro foi redesenhado e construído no estilo gótico francês –considerado bastante extravagante, explica Soleranski. Em vez de colunas de sustentação tradicionais, a arquitetura faz com que as estruturas se fundam com as abóbadas do teto. Isso dá aos visitantes uma visão ininterrupta desde a base dos pilares até o teto que lembram nervuras. “O efeito é que o edifício parece uma planta que parece brotar da terra”, sugere.

Em 2011, Ricardo Fernandes realizou sua primeira exposição no Cloître des Billetes, com obras de Leopoldo Martins. Agora, para conversar com este ambiente tão peculiar, convidou André Mendes para esta ousada intervenção. Com o curador, André Mendes participou do Solo Project Art Basel, em 2016.

* O artista André Mendes e o curador Ricardo Fernandes estão à disposição para eventuais entrevistas, questionamentos ou conversas. Os profissionais falarão sobre o projeto tanto antes quanto durante os dias de exposição.

Fotografia: Mariana Alves
Cloitre de Billettes – Lucia Adverse
(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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