A 5ª Reunião Ordinária de 2025 da Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste, realizada na última terça-feira (18), trouxe à tona uma reflexão urgente sobre o custo-benefício do Legislativo municipal. Apesar do elevado orçamento destinado à manutenção da Câmara, a produção legislativa segue marcada pela aprovação de um único projeto de lei e seis moções, um padrão que tem gerado críticas da população.
Com um custo anual que ultrapassa os milhões, o papel fundamental do Legislativo deveria ser o de fiscalizar, propor políticas públicas relevantes e legislar em prol do desenvolvimento da cidade. No entanto, a pauta da sessão foi composta, em sua maioria, por moções de apelo, homenagens e reconhecimento, enquanto projetos de maior impacto para os cidadãos permanecem escassos.
O único projeto de lei aprovado durante a sessão foi de autoria do vereador Tikinho TK, que propôs a alteração do nome de uma rua no loteamento Alphacenter para homenagear Danilo Marques da Silva, jovem falecido em 2020 vítima de câncer. Apesar do valor simbólico da iniciativa, ela não apresenta impacto significativo na vida cotidiana da população.
As moções, embora representem o posicionamento da Câmara em questões variadas, não têm força de lei e muitas vezes acabam sendo vistas como gestos protocolares. Entre as aprovadas, destacaram-se:
- Moção nº 16/2025, solicitando ao Governo Estadual um caminhão autobomba para o Corpo de Bombeiros;
- Moção nº 17/2025, parabenizando um padre pelos 12 anos de dedicação à sua paróquia;
- Moção nº 19/2025, apelando para que os Correios incluam o bairro Aranha Oliveira no serviço postal;
- Moção nº 20/2025, homenageando um policial militar eleito “Policial do Mês”.
Embora essas moções contemplem demandas e reconhecimentos pontuais, sua relevância é questionável frente aos desafios mais amplos enfrentados pela cidade.
A população de Santa Bárbara d’Oeste merece um Legislativo que atenda às suas necessidades reais, propondo soluções para problemas como saúde, educação, infraestrutura e segurança. O alto custo de manter a Câmara Municipal precisa ser justificado por ações concretas e projetos que realmente beneficiem os moradores.
Com eleições municipais no horizonte, o cidadão deve avaliar cuidadosamente o desempenho de seus representantes, cobrando deles maior compromisso e eficiência. O modelo atual, pautado majoritariamente em moções e projetos de impacto limitado, não condiz com a expectativa de quem paga altos impostos para sustentar a máquina pública.
Fica o alerta: Santa Bárbara d’Oeste precisa de um Legislativo mais produtivo e conectado com as demandas do povo. A cidade merece mais do que homenagens e apelos simbólicos.
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