Os principais aliados internacionais da Venezuela comemoraram nesta segunda-feira a vitória do presidente interino, Nicolás Maduro, que venceu o opositor Henrique Capriles na eleição de domingo (14). A oposição não reconheceu o resultado e pediu recontagem.
A vitória foi anunciada no fim da noite de domingo (início da madrugada de segunda). Segundo a Comissão Nacional Eleitoral, Maduro obteve 50,66%, contra 49,21% de Capriles. A pequena diferença, de pouco mais de 200 mil votos, levou aos opositores a pedir uma nova apuração das cédulas.
Os primeiros países a se manifestar foram os que são governados por antigos aliados do ex-presidente Hugo Chávez, morto em 5 de março e que apontou Maduro como seu herdeiro político. O ditador de Cuba, Raúl Castro, qualificou a vitória como a continuidade da Revolução Bolivariana, movimento iniciado por Chávez.
Para ele, a entrada de Maduro demonstra as forças das ideias de Chávez. “Esta decisiva vitória e tua lealdade ao povo assegurarão a continuidade da Revolução bolivariana e da genuína integração de Nossa América”, disse, em nota publicada pelo jornal “Granma”.
No domingo, o presidente Evo Morales pediu respeito aos resultados e disse que a vitória de Maduro é um logro para a América Latina. “Esse triunfo demonstra que frente à submissão, aos saques do imperialismo, do capitalismo, os povos se manifestam democraticamente para recusar o saque dos nossos recursos naturais”.
Mais cedo, a argentina Cristina Fernández de Kirchner foi a primeira a felicitar o presidente interino. “Memória e gratidão para sempre ao companheiro Hugo Chávez”, disse a mandatária, em mensagem no microblog Twitter.
Outro aliado a parabenizar o herdeiro político de Chávez foi o ditador de Belarus, Alexsander Lukashenko, que convidou Maduro a visitar seu país.
RÚSSIA, CHINA E UE
Dentre as potências internacionais, China e Rússia felicitaram Nicolás Maduro. O presidente russo, Vladimir Putin, emitiu nota parabenizando pela vitória e expressou confiança no fortalecimento das relações entre russos e venezuelanos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, diz que Pequim respeita a escolha da Venezuela e cumprimentou o herdeiro de Chávez pela vitória. Ele também expressou o desejo de que o país sul-americano “continue seu desenvolvimento e estabilidade”.
A União Europeia, no entanto, não deu apoio direto à eleição de Maduro e pediu que seja fixado um resultado a ser aceito por todas as partes, em especial por causa dos resultados apertados.
“Se o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decidir fazer uma apuração acreditamos que se faça rápido e com total transparência, especialmente à vista da margem extremamente estreita dos resultados”, acrescentou a porta-voz da diplomacia do bloco, Maja Kocijancic.
Fonte: Estadão