Descubra como alertar o adolescente para que ele não vá “com muita sede ao copo!”
Mesmo que você evite, mais cedo ou mais tarde o adolescente e o álcool acabam se encontrando. Daí, você vai se perguntar: ?Onde foi que eu errei?; ?Com quem ele tem andado?? Ficou preocupada? Para-béns! Infelizmente, muitos pais encaram o consumo excessivo de bebida na adolescência como algo normal. Mas não é. ?Todo mundo bebe?, dizem alguns deles. Por isso, os jovens estão começando a ingerir bebidas alcoólicas cada vez mais cedo e as meninas a beber tanto ou mais que os meninos. Pior é que certamente parte deles conviverá com o alcoolismo no futuro. Isso sem contar os riscos que o álcool traz para a saúde.
Segundo os especialistas, cabe aos pais manter as rédeas da educação dos filhos também nesse assunto. ?Sem orientação, eles correm mais perigo de se tornar dependentes da bebida?, alerta o psiquiatra Ronaldo Laranjeiras, coordenador do programa de pesquisas em álcool e outras drogas, da Escola Paulista de Medicina. A seguir, saiba mais sobre esse problema e evite que seu filho desenvolva uma relação doentia com a bebida.
Por que o álcool é a droga mais consumida?
· Porque ela é socialmente aceita, legalizada, e seu consumo é estimulado em propagandas na mídia.
· Por causa do baixo custo das bebidas, se comparadas com outras drogas. A latinha de cerveja, muitas vezes, é mais barata do que a de refrigerante!
· Porque é fácil comprar: apesar de proibida, a venda de bebida alcoólica para adolescentes é comum.
O primeiro porre!!!
· Se o adolescente chegar em casa bêbado e você estiver muito zangada, deixe para conversar no dia seguinte. Ofereça 1 copo de água e diga: ?Amanhã conversamos?. Ele vai perceber que você quer ajudá-lo.
· Segundo a psicóloga Lídia Aratangy, nessa hora é preciso que o jovem sinta as conseqüências de seus atos. ?Se vomitar, mande limpar. Se amanhecer de ressaca, deixe sentir dor de cabeça. Só assim, ele vai perceber que o excesso é desagradável?, orienta.
· Seja qual for sua atitude, aja com serenidade. Quando disser ao seu filho que ele não deve fazer algo, mostre que a intenção é protegê-lo.
Se ele exagerou na dose… muita calma nessa hora.
· Não converse em tom autoritário. Isso só vai ajudar a dar aos amigos o papel de bacana e a você, o de careta.
· Explique a preocupação com sua saúde e sua segurança e deixe claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa.
· Esclareça a diferença entre beber 1 cálice de vinho num almoço familiar, em casa, e ficar embriagado para se divertir numa festa com os amigos.
· Respire fundo e evite medidas extremas.
· Olhe para trás e recorde sua adolescência. Lembre-se de que você também já passou por isso.
A bebida atrai o jovem porque…
· Reduz o nível de ansiedade.
· Leva embora a timidez.
· Faz com que ele seja aceito e admirado pelo grupo de amigos
· Diminui a angústia, própria da idade.
Dê o exemplo
· Não exagere! Para o adulto, é normal tomar vinho no jantar, caipirinha no almoço ou cerveja no fim de semana. Não há problema algum em beber moderadamente.
· Não se vanglorie por secar 1 garrafa de uísque ou 15 latinhas de cerveja no fim de semana. Isso serve de incentivo para seu filho.
· Não beba com a intenção de aliviar a tensão ou curar uma tristeza, muito menos até perder o controle.
· Pais que bebem em excesso colocam em risco a sensação de segurança e proteção da família.
Estabeleça os limites!
· Seu filho, provavelmente, vai discordar e reclamar, mas depois e refletir acabará concordando com as regras
Pegue leve!
· ?Em casa, em situações familiares, os pais podem ensinar o filho a beber?, aconselha o psiquiatra Ronaldo Laranjeiras. ?Mas atenção: não se trata de incentivar a bebedeira, mas permitir que ele experimente.
· Se seu filho tem acesso à bebida em qualquer bar, é melhor ensiná-lo a enfrentar o mundo lá fora?, esclarece o médico. Assim, ele descobrirá seu próprio limite, evitando a bebedeira, o mal-estar físico e os famosos micos.
Fique atenta!!
· Quando seu filho chegar em casa à noite, observe o cheiro, o hálito, a voz enrolada e a falta de equilíbrio.
· Se perceber que os amigos dele costumam beber e que os pais encaram isso de forma positiva, tenha uma boa conversa com ele.
· Se seu filho vai a uma festa porque tem bebida e não por qualquer outro prazer que ela possa proporcionar, fale com ele.
Linha dura!
· Muitos pais permitem que seja servida bebida alcoólica para adolescentes de 13, 14 anos, em festinhas. Oferecer bebida para menores de 18 anos é proibido por lei! Fique de olho nessas festas. Na dúvida, converse com os pais do anfitrião para saber o que eles pensam. Se achar que seu filho não deve ir, simplesmente proíba.
· O adolescente precisa saber que beber fora de casa implica risco maior de sofrer vários tipos de acidentes e atos violentos. Portanto, em relação à segurança dos filhos, não cabe discussão: não autorize que bebam fora de casa. ?Da mesma forma que colocam telas na janela para evitar que caiam, os pais precisam colocar ?telas? emocionais para que o adolescente não se lance em situações perigosas. Os acidentes são a maior causa de morte entre jovens, especialmente os relacionados com o consumo de álcool?, alerta Ronaldo.
Fonte: Abril