15 de junho de 2024

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Adoção no Brasil: Uma batalha para poucos

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

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Por Dennis Moraes

 

 

Eu não imaginava que a adoção no Brasil fosse tão lenta. Certamente é por isso que constatamos a grande quantidade de crianças que estão em abrigos aguardando um lar. Estou comentando sobre o assunto, pois eu e minha esposa Maira Scavacini acabamos de dar entrada na documentação para estarmos aptos para a adoção de uma criança, um sonho meu e de minha esposa. Estamos muito bem amparados legalmente com nossa advogada, Fabiana Fantim, que está nos auxiliando juridicamente em todos os sentidos.

Eu concordo sim com as várias exigências pedidas nos documentos, testes e ações necessárias para a adoção, o que não dá para concordar é o prazo enorme de espera já que, quando um casal se dispõe para adoção, acredito que a causa é super nobre em poder dar amor a uma criança que está em um abrigo aguardando a oportunidade de ter um lar, uma família, um carinho, um pai, uma mãe…

O sistema legal brasileiro é altamente burocrático, com muitos passos obrigatórios para garantir que a adoção seja feita de maneira correta e segura. Isso inclui entrevistas, avaliações psicológicas e diversas aprovações judiciais. Essa complexidade, embora tenha o objetivo de proteger as crianças, muitas vezes resulta em atrasos significativos. A necessidade de cumprir rigorosamente cada etapa pode transformar o processo em um verdadeiro labirinto administrativo.

Um grande desafio no processo de adoção é a discrepância entre o perfil das crianças disponíveis e o perfil desejado pelos adotantes. A maioria das famílias prefere adotar crianças mais novas, enquanto muitas das crianças disponíveis são mais velhas ou fazem parte de grupos de irmãos que não podem ser separados. Essa preferência restringe ainda mais o número de adoções, prolongando o tempo de espera tanto para as crianças quanto para os adotantes.

Foto: Dennis Moraes

O processo de habilitação dos adotantes é essencialmente rigoroso, o que é compreensível, pois é necessário garantir que os futuros pais estejam preparados emocionalmente e financeiramente para a responsabilidade de criar uma criança. No entanto, esse rigor pode resultar em uma demora excessiva, desmotivando muitos candidatos a adotar.

Antes de uma criança ser colocada para adoção, é necessário que seja feito o processo de destituição do poder familiar dos pais biológicos. Esse processo pode ser extremamente demorado, especialmente se houver apelações ou dificuldades em localizar os pais biológicos. Em muitos casos, as crianças passam anos em abrigos esperando que todas as questões legais sejam resolvidas.

Mesmo após a adoção, o sistema exige acompanhamento pós-adoção, que adiciona camadas de complexidade e tempo ao processo. Embora esse acompanhamento seja crucial para garantir que a criança esteja bem ajustada em seu novo lar, ele também pode ser um fator que contribui para a percepção de burocracia excessiva.

Através dessa nova experiência em minha vida, vejo que é crucial que o sistema de adoção no Brasil seja reformado para equilibrar a necessidade de proteção à criança com a necessidade de agilizar o processo de adoção. Enquanto esperamos por essas melhorias, casais como nós enfrentam uma jornada longa e muitas vezes frustrante. Apesar das dificuldades, acreditamos firmemente que Deus permitirá que nosso sonho se realize. O primeiro passo foi dado e com certeza vou escrever mais sobre o assunto quanto tiver mais novidades sobre o processo como um todo. Continuamos esperançosos de que, em breve, poderemos oferecer um lar cheio de amor para uma criança que tanto precisa.

 

 

Dennis Moraes é Comendador outorgado pela Câmara Brasileira de Cultura, Jornalista, Feirante e Diretor de Jornalismo do Portal SB24Horas. Acesse: dennismoraes.com.br

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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