3 de maio de 2024

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A terceira guerra mundial bate à porta

Cassio Faeddo

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Por Cássio Faeddo

 

A Organização das Nações Unidas foi criada em 1945 e tem no Conselho de Segurança parte de sua estrutura permanente, sendo este criado concorrentemente a criação da ONU, conforme artigo 7. 1 que assim dispõe:

 

Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico e Social, um conselho de Tutela, uma Corte Internacional de Justiça e um Secretariado.

 

O Conselho de Segurança da ONU é composto por quinze membros, sendo cinco permanentes e outros 10 eleitos para mandatos de dois anos pela Assembleia Geral, uma vez que são considerados membros não-permanentes.

 

O conflito originário entre Rússia e Ucrânia, que já ganha contornos de guerra mundial, escancarou definitivamente a inutilidade da ONU e seu CSN quando tratamos de grandes potências.

A manutenção e ampliação da OTAN nos últimos 30 anos demonstra que nada adiantou um parlamento de paz denominado Nações Unidas quando há uma organização de guerra denominada OTAN.

A ONU rema para um lado e a OTAN rema para outro. Não há como ter sucesso.

 

Há uma impressionante guerra mundial ocorrendo hoje, travada em ambiente virtual, econômico, de guerrilha nas cidades e convencional entre Estados. 

 

Não é mais uma guerra civil genocida na África ou em lugares invisíveis para o europeu ou norte-americano bem nascidos, mas na Europa.

 

E quando a guerra é na Europa é como se fosse uma guerra em condomínio de luxo, não no morro.

Quais os limites e proporções desta guerra ainda não sabemos.

 

Porém, os Estados Nacionais, pós segunda guerra mundial se organizou hierarquicamente em uma assimetria que desgraça o restante do mundo.

 

Dizer que nem os EUA, nem Rússia, nem OTAN têm qualquer razão no que está ocorrendo na Europa seria o esperado pelo Conselho de Segurança da ONU.

 

É óbvio que os países envolvidos diretamente no conflito não podem dar resolução sobre a guerra. Também é razoável que a composição do Conselho seja alterada, bem como o desprezível poder de veto. 

A falência da Liga das Nações foi um dos fatores que permitiram o surgimento de Hitler, bem como o irrazoável Pacto de Varsóvia.

 

Cada nação resolveu cuidar de seus interesses naquele momento, relativizando o nascimento do nazismo. Ninguém parece ter aprendido nada.

 

Agora relativizamos os Estados europeus francamente fascistas, as bolhas nazistas espalhadas na Europa e expressivas no sudeste e sul do Brasil, bem como a expansão de partidos de extrema direita. A base é a mesma: ódio racial.

 

As democracias liberais brincam de eleger idiotas e ineptos. O que esperar se não desatinos de horror.

As sociedades nacionais devem sua paz e sua ordem à existência de um Estado que, dotado de poder supremo dentro do território nacional, mantém a referida paz e ordem. Essa, aliás, era a doutrina de Hobbes, defensor da ideia de que, sem Estado, as sociedades nacionais se pareceriam com o cenário internacional, e a guerra “de cada homem contra cada homem” constituiria a condição universal da humanidade (Morgenthau, 2003, p. 905).

 

Mas o que fazer quando potências nucleares e militares resolvem bombardear um país como já fez os EUA atrás de armas químicas no Iraque ou agora a Rússia contra a Ucrânia?

 

Como a ONU pode ficar anos inerte em face do expansionismo da OTAN até as barbas de Putin?

Como se chegou neste limite?

 

Quando essas potências resolvem atacar um país ou minar suas instituições não há organismo internacional que segure.

 

É insuportável para o resto das nações que tenhamos que aturar a falta de compromisso destas grandes potências com o direito internacional.

 

União Europeia, Rússia, EUA são os grandes causadores das infelicidades do mundo.

Enquanto, e se isso continuar, tragédias e genocídios pelo mundo continuarão até o extermínio da humanidade.

 

Cássio Faeddo é Advogado, Mestre em Direito, Especialista em Ciências Políticas/USCS,  MBA em Relações Internacionais/FGVSP

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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