2 de maio de 2024

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A saúde nas mãos da Inteligência Artificial

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*Daniel R. Schnaider

Já ouviu falar em anamnese? Eu não sou nenhum especialista em saúde mental, mas já ouvi dizer que este é o primeiro passo para que você possa entender os mais profundos problemas que uma pessoa pode ter. E que se aplica em qualquer área da saúde.

Agora, e se a anamnese, que se trata de uma gama de informações iniciais que podem ser cruciais ao diagnóstico, fosse realizada por meio de Inteligência Artificial (IA)? Imagina um mundo onde a IA fosse programada para fazer todas as perguntas necessárias, de acordo com os sintomas das pessoas – psicológicos ou físicos, e formasse um banco de dados daquele paciente para que ele fosse pra próxima fase.

A partir disso, dentro desta programação, teríamos a indicação de diagnósticos e de médicos especializados, que realmente resolveriam os problemas. Pensando, principalmente, que 40% dos erros médicos acontecem apenas no momento da consulta (Dados OMS). Como exemplo, uma pessoa que é adicta, o programa de anamnese, com base nos dados que têm, acredita que uma deficiência específica do paciente está relacionada com o consumo de drogas, isso já vai levar o tratamento a outro patamar, ou seja, uma resolução mais rápida e eficaz.

A estratégia seria realizada a partir de uma pesquisa em todos os artigos científicos e dados disponíveis, a IA vai entregar ao médico um plano de ação muito eficiente. E, após o tratamento, o paciente volta com as informações que irá alimentar ainda mais o aprendizado de máquina e aprimorar para os próximos atendimentos resolvendo questões que sempre ficam para trás, como: o tratamento funcionou? Aquele remédio é o melhor? O encaminhamento ao médico específico ajudou? Entre outras perguntas que fariam parte dos dados e serviriam de embasamento para a próxima consulta de uma pessoa com os mesmos problemas.

Outro ponto importante para se defender: a consulta inicial com a IA é o fator mercadológico. Saúde não era para ser um produto, mas infelizmente é caracterizada como negócios. Imagina que o paciente vai em um otorrinolaringologista, acha que seu problema está na queimação e outros sintomas da laringe, mas, na verdade, é refluxo. Com certeza, sua indicação seria ir ao gastroenterologista, mas o otorrino é médico, sabe que um inibidor de bomba de prótons resolve e receita, porque ele não quer perder o paciente.

Enfim, no caso acima, o médico que receitou não é um especialista, não está por dentro de novos estudos e o paciente acaba medicado arcaicamente. Se a anamnese fosse feita pela IA, com certeza teria um plano de tratamento melhor e o encaminhamento ao médico certo.

Ainda, quando o médico resolve não seguir a estratégia de tratamento da IA, isso fica registrado, e se não há melhora do paciente, aquilo será reportado aos órgãos competentes, que investigariam o método daquele profissional, e aplicariam o que a base mundial de dados preconiza sobre aquela doença como o melhor caminho.

IA na saúde significa melhor qualidade de vida, aumento da expectativa de vida, e mais dados para que os pesquisadores possam criar novas curas – é importante lembrar disso quando os críticos se manifestarem ao dizer que a tecnologia não é perfeita – o ser humano também nunca foi, e nem por isso deixamos de ir ao médico quando estamos sofrendo – mas com IA as chances de erro irão diminui.

 

*Daniel R. Schnaider é jornalista e CEO da Platform Capital, fundo de investimento especializado em Inteligência Artificial e Mobilidade. Aos 14 anos desenvolveu a plataforma de eCommerce utilizada no exterior pelos Correios e pela Pizza Hut, teve passagem pela 8200 – unidade de Inteligência Israelense, IBM e CEO no Brasil de uma multinacional voltada à IoT, Big Data e IA.

(Os comentários são de responsabilidade do autor, e não correspondem à opinião do SB24Horas)
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